Greve dos mineiros das Astúrias abre conflito no PP

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Um mineiro em greve com um lança foguetes AFP

O documento incita à procura de uma solução para o corte “abrupto e excessivo” dos apoios a esta indústria e que levaram ao início, em Maio, de uma greve/protesto dos mineiros do carvão em Castela-Leão, nas Astúrias e em Aragão.

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O documento incita à procura de uma solução para o corte “abrupto e excessivo” dos apoios a esta indústria e que levaram ao início, em Maio, de uma greve/protesto dos mineiros do carvão em Castela-Leão, nas Astúrias e em Aragão.

A greve, diz o El País, já começou a fraccionar o PP (direita, no poder em Espanha) e há "mau estar" na bancada parlamentar devido a posições distintas sobre esta greve e a forma de solucionar os problemas da mineração do carvão. Alguns deputados quebraram a disciplina de voto quando a questão foi levada ao Parlamento, proferindo discursos contra a opção do presidnete do Governo Mariano Rajoy, tendo depois sido acusados de "deslealdade". Um desses deputados, León Juan Moreno, pediu a sua saída do grupo parlamentar na sequência do debate sobre as minas de carvão.

Na quinta-feira à noite, em Pola de Lena, uma mulher e uma criança ficaram feridas nos confrontos que prosseguem praticamente desde o primeiro dia da greve/protesto. Um dos foguetes que os mineiros dispararam contra a Guarda Civil (que usa balas de borracha e gás lacrimogéneo) partiu o vidro de uma casa e feriu a mulher que estava no interior. A criança foi atingida por um objecto quando assomou à janela para ver a batalha entre as duas partes — os mineiros cortaram uma estrada e a polícia tentava dispersá-los e reabrir a via.

O delegado do Governo em Castela-Leão, Gabino de Lorenzo, pediu aos mineiros para evitarem a violência que pode afectar “pessoas estranhas a este conflito”. E advertiu que a Guarda Civil actuará firmemente para repor a circulação nas vias.

A greve mineira começou com o corte, por parte do Governo de Madrid do financiamento à indústria do carvão. Os subsídios para 2012 baixaram para 111 milhões de euros, quando eram de 301 milhões. A redução do apoio a esta indústria foi justificada com a necessidade de reduzir as despesas públicas mas também com a aplicação das directivas da União Europeia que determinam que, até 2018, este tipo de extracção deve estar encerrada, devendo ser substituída por actividades de extracção de combustíveis naturais menos poluentes.

Os sindicatos consideram que os cortes nos subsídios vão destruir as minas de carvão, que dependem da ajuda estatal para competir com as importações a mais baixo preço, e ameaçam de despedimento oito mil mineiros, havendo 30 mil pessoas com empregos indirectos relacionados com o sector.

A par das barricadas e protestos em várias áreas da região mineira, os mineiros iniciaram uma Marcha Negra em direcção a Madrid, onde chegarão no dia 11. Na capital espanhola esperam que a marcha se torne uma grande manifestação.