Festival Lugar à Dança: coreografias ao ar livre em Lisboa
Este ano, o festival Lugar à Dança decorre de 6 a 8 de Julho em vários espaços urbanos de Lisboa. As expectativas são altas para um ano em que a cultura desacelerou em Portugal
Há uma constante inquietação nos organizadores do Lugar à Dança — Festival internacional em Paisagens Urbanas. Continuam a desviar-se do supérfluo, dizem. E esta edição não foge à regra. Durante os dias 6, 7 e 8 de Julho, 25 companhias e artistas vão apresentar coreografias ao ar livre.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Há uma constante inquietação nos organizadores do Lugar à Dança — Festival internacional em Paisagens Urbanas. Continuam a desviar-se do supérfluo, dizem. E esta edição não foge à regra. Durante os dias 6, 7 e 8 de Julho, 25 companhias e artistas vão apresentar coreografias ao ar livre.
O Lugar à Dança já vai na 15ª edição e já muita coisa aprenderam. "Percebemos que é necessário e urgente operar mudanças para podermos adaptar e conquistar novos lugares", explica Ana Rita Barata, directora artística do festival. Organizado pela Vo'Arte, o festival de dança contemporânea pretende cruzar públicos interessados pela relação da dança com as paisagens urbanas e espaços menos óbvios.
As performances dividem-se por vários espaços: o jardim da Estrela, o jardim do Museu Nacional de Arte Antiga e o jardim de Inverno do Teatro São Luiz. Durante os três dias do festival, o público vai poder assistir "a várias perspectivas da dança contemporânea apresentadas por projectos nacionais e internacionais", observa Ana Rita Barata.
A programação inclui o espectáculo de dança contemporânea "Rojo Manso" apresentado pela companhia espanhola La Intruza Danza, a performance "Árvores" realizada através de um workshop onde é colocada a questão "até quando aguenta o corpo?" e ainda, para os mais pequenos, o espectáculo "O Malabarista" apresentado pelo artista Tosta Mista.
Expectativas elevadas para esta edição
O Lugar à Dança também guarda espaço para workshops: Fragile é um movimento de dança contemporânea direccionada para cegos e bailarinos e técnicos não cegos. Há ainda Soustraction, um workshop que pretende procurar uma linguagem equilibrada entre a dança contemporânea de rua e os movimentos dos forcados.
A entrada no festival é gratuita e, este ano, o desafio passa por apresentar várias performances em locais onde, por vezes, a dança não existe. E desengana-se quem pensa que organizar o 15º festival de dança já não é assim tão complicado. "Tarefa bem mais complexa é conseguir fazer ajustamentos aos orçamentos das companhias e artistas de forma a que o festival possa acontecer", observa Ana Rita Barata. Esta situação só acontece com a "cumplicidade dos artistas e das produtoras" sem a qual seria "muito difícil edificar o festival neste país".
Com 32 apresentações, a organização do Lugar à Dança tem "expectativas elevadas", que Ana Rita Barata encara como "um desafio a todos os que nos quiserem conhecer, bem como descobrir os artistas convidados para intervirem numa nova leitura da cidade de Lisboa". Num momento de desaceleração do investimento na cultura, o Lugar à Dança — Festival Internacional em Paisagens Urbanas coloca a capital na Rede internacional de Cidades que Dançam, uma teia que engloba 38 cidades em 17 países de todo o mundo.