O Fantástico Homem-Aranha
Para que não haja confusões: não há nada de intrinsecamente mau ou ofensivo nesta “reinicialização” da saga de Peter Parker, o estudante franzino mordido por uma aranha (aqui geneticamente modificada em vez de radioactiva). Tudo está feito com aquela eficiência anónima e vistosa que se espera hoje de um candidato americano a blockbuster, com actores estimáveis a emprestarem alguma espessura aos arquétipos da BD original. Mas não havia verdadeiramente necessidade de regressar já ao poço, quando os três filmes que Sam Raimi dedicou à personagem com Tobey Maguire no papel principal (2002, 2004, 2007) ainda estão frescos na nossa memória.
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Para que não haja confusões: não há nada de intrinsecamente mau ou ofensivo nesta “reinicialização” da saga de Peter Parker, o estudante franzino mordido por uma aranha (aqui geneticamente modificada em vez de radioactiva). Tudo está feito com aquela eficiência anónima e vistosa que se espera hoje de um candidato americano a blockbuster, com actores estimáveis a emprestarem alguma espessura aos arquétipos da BD original. Mas não havia verdadeiramente necessidade de regressar já ao poço, quando os três filmes que Sam Raimi dedicou à personagem com Tobey Maguire no papel principal (2002, 2004, 2007) ainda estão frescos na nossa memória.
É verdade que Marc Webb opta por uma tonalidade mais descontraída e menos existencialista, mais pop e menos sisuda que os filmes de Raimi (aqui, o liceu é só o liceu, o heroísmo é uma cena de classe trabalhadora nova-iorquina e não um fardo que se transportar aos ombros) - menos 11 de Setembro, mais adolescente em crescimento. Mas é também um filme inútil, que não traz nada de novo nem fazia falta de espécie nenhuma, cuja única justificação para existir é a fuçanguice dos grandes estúdios de Hollywood menos interessados em histórias do que em franchises, parecendo pensar como adolescentes despistados em busca do flash passageiro de adrenalina que lhes encha os cofres mas se esquecem de acautelar o futuro. E aí perdemos todos.