Moonrise Kingdom
Está na altura de começar a resmungar que o cinema estanque e fantasista de Wes Anderson já deu o que tinha a dar, que se está a repetir, etc., etc., etc. É verdade: Darjeeling Limited (2007) já sugeria um cineasta em “piloto automático”, um pouco na dúvida sobre como dar o passo seguinte (daí o “desvio” para a animação que foi o Fantástico Sr. Raposo, que em Portugal nunca chegou a sala). Mas Moonrise Kingdom traz suficientes motivos para não darmos Anderson por acabado: esta história da aprendizagem do amor por dois adolescentes incompreendidos procurando algo de real no meio de uma sociedade adulta disfuncional encafuada em vidas infelizes e rigidamente controladas é uma metáfora encantadoramente arcaica da recusa da convenção e da busca esquinada da liberdade que o cineasta americano sempre explorou. Não deixa de se sentir aqui um seu quê de “sistema” em funcionamento; mas enquanto houver momentos tão desarmantes e ideias tão notáveis (como as referências a Britten e a (re)descoberta de Bruce Willis como comovente actor de composição), não há razões para resmungar.
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Está na altura de começar a resmungar que o cinema estanque e fantasista de Wes Anderson já deu o que tinha a dar, que se está a repetir, etc., etc., etc. É verdade: Darjeeling Limited (2007) já sugeria um cineasta em “piloto automático”, um pouco na dúvida sobre como dar o passo seguinte (daí o “desvio” para a animação que foi o Fantástico Sr. Raposo, que em Portugal nunca chegou a sala). Mas Moonrise Kingdom traz suficientes motivos para não darmos Anderson por acabado: esta história da aprendizagem do amor por dois adolescentes incompreendidos procurando algo de real no meio de uma sociedade adulta disfuncional encafuada em vidas infelizes e rigidamente controladas é uma metáfora encantadoramente arcaica da recusa da convenção e da busca esquinada da liberdade que o cineasta americano sempre explorou. Não deixa de se sentir aqui um seu quê de “sistema” em funcionamento; mas enquanto houver momentos tão desarmantes e ideias tão notáveis (como as referências a Britten e a (re)descoberta de Bruce Willis como comovente actor de composição), não há razões para resmungar.