Um Presidente para "um dos mais turbulentos períodos políticos" da Índia
As sondagens mostram que o favorito dos indianos é o antigo Presidente Abdul Kalam, apoiado pelo maior partido da oposição, o Bharatiya Janata Party.
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As sondagens mostram que o favorito dos indianos é o antigo Presidente Abdul Kalam, apoiado pelo maior partido da oposição, o Bharatiya Janata Party.
Mas a eleição não é directa, é feita por um colégio parlamentar a que se juntam representantes estaduais (a decisão é tomada a 19 de Julho e anunciada a 22). E Kalam disse que não se candidataria contra Mukherjee.
Se a eleição parece certa, a nomeação não foi pacífica. Apesar de o seu nome desagradar a Sonia Gandhi, a mulher que manda no Congresso, esta aceitou-o para garantir o regresso da família ao poder. Quando chegar a altura, poderá ser Mukherjee a ter a última palavra na escolha do primeiro-ministro, e Sonia espera que corresponda ao voto de confiança levando Rahoul Gandhi para primeiro-ministro - o filho de Sonia necessita dessa ajuda depois de ter falhado a sua rampa de lançamento, as estaduais no Uttar Pradesh, onde obteve um fraco resultado.
Os dois homens já se reuniram e, de acordo com a revista The Economist, num desses encontros Rahoul, de 42 anos, disse a Pranab Mukherjee, de 76: "Nós, os mais jovens, temos de nos manter unidos." A mudança de dirigentes significará de facto uma renovação geracional - o actual primeiro-ministro, Manmohan Singh, tem 82 anos.
Na Índia, a chefia do Estado é um cargo cerimonial. Mas a estrutura política que se delineia indica que o 14.º Presidente pode ter um papel decisivo nos próximos anos. As legislativas de 2014 poderão criar um Parlamento muito fraccionado - o Congresso está a perder eleitorado para o conservador BJP e há cisões na coligação.
Os analistas ouvidos pela Reuters disseram que se aproxima "um dos mais turbulentos períodos políticos da história moderna da Índia", pelo que Mukherjee "pode ter um papel muito influente".
Sendo um político veterano e perspicaz - no seu partido chamam-lhe "gestor de crises"- espera-se dele que imponha autoridade e consenso numa assembleia sem maioria, evitando a paralisia das instituições e da economia, explica a Reuters.