Mais estudos equivalem a menos desemprego, revela estudo da Nova

Foto
A crise económica parece não afectar os diplomados da Nova, revela estudo Foto: PÚBLICO

O estudo do Observatório da Inserção Profissional dos Diplomados da Universidade Nova de Lisboa mostra que para a grande maioria dos formados o curso foi garantia de emprego e salários líquidos que vão até acima dos dois mil euros, no caso dos doutorados.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O estudo do Observatório da Inserção Profissional dos Diplomados da Universidade Nova de Lisboa mostra que para a grande maioria dos formados o curso foi garantia de emprego e salários líquidos que vão até acima dos dois mil euros, no caso dos doutorados.

Um dos responsáveis pelo estudo, Miguel Chaves, disse estes dados “demonstram que há uma vantagem clara em obter uma pós-graduação, desde logo o 2.º ciclo (mestrado), que terá cada vez mais um poder diferenciador no mercado de trabalho”.

Mariana Gaio Alves, também responsável pelo estudo, frisou que os dados desmentem a “visão catastrofista da situação dos diplomados no mercado de trabalho”, pelo menos no caso dos alunos da Nova. A académica frisou que o impacto definitivo da crise está ainda por avaliar, uma vez que os dados relativos a 2011 acabam de ser recolhidos e são ainda provisórios.

Com dados recolhidos entre mais de 3000 ex-alunos, os números permitem concluir que o desemprego aumentou de 2004/05 para 2008/09, mas mesmo assim ficou abaixo da média nacional para a mesma faixa etária.

A taxa de emprego dos licenciados de 2004/05 era 88,1% no primeiro ano do curso e nos licenciados de 2009/10 desceu para 58%. No caso dos mestres formados nos mesmos períodos desceu de 91,8% para 87,6% e quanto aos doutores desceu de 96,2% para 94,9%.

No que toca às remunerações, nota-se uma descida da média dos salários líquidos dos formados em 2008/09, explicável pela conjuntura económica, segundo os responsáveis pelo estudo. Os licenciados em 2004/05, antes da uniformização dos cursos europeus com o processo de Bolonha, ganhavam em média 939 euros por mês no primeiro ano após a conclusão, valor que desceu para 894 euros nos anos 2008/09, quando as licenciaturas passaram de quatro para três anos.

Quanto aos mestres, os salários líquidos no primeiro ano após a conclusão variaram de 1394 euros em 2004/05 para 1246 em 2008/09. Os doutores também começaram a sentir algum peso da crise, mas menos: de 1882 euros mensais líquidos em 2004/05 os salários baixaram para 1768 euros em 2008/09.

Mesmo assim, os dados relativos ao que os formados de 2004/05 ganhavam cinco anos depois da conclusão dos estudos mostram que o tempo trouxe melhorias na sua condição: licenciados levavam para casa em média 1359 euros, os mestres 1589 e os doutorados 2122 euros.

Miguel Chaves destacou a grande fiabilidade dos dados, conseguidos com taxas de resposta que ultrapassaram os 70% no caso dos licenciados e mestres.