O festival para além dos Radiohead
O Optimus Alive está longe de se esgotar na banda britânica. Tudo reunido e resumido, duas palavras e uma expressão apenas: “Temos festival"
Os Radiohead foram o primeiro nome anunciado para a edição 2012 do Optimus Alive e, a pouco mais de duas semanas do início do festival, a 13 de Julho, não foram ofuscados por quem se lhes seguiu. Naturalmente. Falamos, afinal, de uma das bandas fundamentais da música popular urbana das últimas duas décadas e, no cartaz deste ano, não têm quem lhes faça sombra em peso artístico, comercial e em dimensão histórico. Porém, apesar de a edição deste ano não ter a quantidade de imprescindíveis que aglomerou em edições anteriores, o festival está longe de se esgotar nos britâncos.
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Os Radiohead foram o primeiro nome anunciado para a edição 2012 do Optimus Alive e, a pouco mais de duas semanas do início do festival, a 13 de Julho, não foram ofuscados por quem se lhes seguiu. Naturalmente. Falamos, afinal, de uma das bandas fundamentais da música popular urbana das últimas duas décadas e, no cartaz deste ano, não têm quem lhes faça sombra em peso artístico, comercial e em dimensão histórico. Porém, apesar de a edição deste ano não ter a quantidade de imprescindíveis que aglomerou em edições anteriores, o festival está longe de se esgotar nos britâncos.
Solidificado desde a primeira edição, em 2007, como um dos momentos de destaque do Verão musical português, o Optimus Alive nunca se resume aos cabeças-de-cartaz. Para cada Radiohead de massas (15 de Julho, Palco Optimus), existe uma banda de culto como os Mazzy Star (15 de Julho, Palco Heineken), um Tricky regressando para interpretar o histórico "Maxinquaye" (14 de Julho, Palco Heineken) ou James Murphy nos pratos, para apaziguar da forma possível o desaparecimento dos enormes LCD Soundsystem (14 de Julho, Optimus Clubbing). Isto sem esquecer os Buraka Som Sistema a fazer a sua festa "kuduro-galáctica" na madrugada do primeiro dia de festival, Palco Heineken.
Festival urbano por excelência — apesar da aposta, este ano, no apelo bucólico do parque de campismo, através de um protocolo com o Orbitur Guincho —, o Optimus Alive sempre se fez do equilíbrio entre protagonistas de sucesso do cenário actual, do peso dos históricos, de um sentido de aposta em novatos do universo indie e da atenção, infelizmente nem sempre traduzida em lugar de destaque na programação, à vitalidade do cenário nacional.
Este ano, os históricos são, claro, os Radiohead, que regressam a Portugal dez anos depois de cinco concertos divididos entre os Coliseus de Lisboa e Porto, num contexto trágico — e não, não nos referimos ao último “King of Limbs”, mas à recente queda do palco em Downsview, em Toronto, que resultou na morte do técnico de bateria da banda, Scott Johnson.
Mais históricos: os Stone Roses de Ian Brown e John Squire, nome maior da vaga Madchester de "smile" implantado no cérebro (13 de Julho, Palco Optimus), e o penteado de Robert Smith nos Cure (14 de Julho, Palco Optimus). Estes, a que se junta o sentido de espectáculo de Florence + The Machine e o folk-rock orelhudo dos britânicos Mumford & Sons (ambos a 14 de Julho, no Palco Optimus) serão os nomes de maior peso para as massas.
Mas a história do festival poderá fazer-se de outros momentos, como o regresso dos Refused, grande nome do "hardcore" que daria origem posteriormente aos The (International) Noise Conspiracy (13 de Julho, Palco Optimus), e o psicadelismo "technicolor" de Caribou (15 de Julho, Palco Optimus). Complete-se o cenário com os regressados Parkinsons a mostrar que o rock’n’roll, efectivamente, não tem razões para morrer (13 de Julho, Palco Heineken) e com os PAUS a abrir o Palco Optimus e B Fachada a mostrar canções do seu próximo álbum, que será muito pop e muito dançante, no Optimus Clubbing (tudo no último dia). Tudo reunido e resumido, duas palavras e uma expressão apenas: “Temos festival.”
Actualização: Tricky já não deverá tocar na íntegra "Maxinquaye", uma vez que, por motivos imprevistos, Martina Topley-Bird não o acompanhará no concerto.