Nuno Crato não quer professores do quadro despedidos ou em mobilidade
“Não queremos despedir nem um professor, não queremos que nem um professor do quadro saia”, disse Nuno Crato, acrescentando que também não pretende “mandar para a mobilidade professores do quadro”.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
“Não queremos despedir nem um professor, não queremos que nem um professor do quadro saia”, disse Nuno Crato, acrescentando que também não pretende “mandar para a mobilidade professores do quadro”.
O ministro voltou a não revelar qualquer estimativa sobre os professores contratados que poderão não ter trabalho, limitando-se a dizer que é preciso aproveitar da melhor forma os recursos existentes.
Crato falava durante um debate requerido pelo PCP sobre a situação na escola pública e o novo ano lectivo: “Mega agrupamentos, reorganização curricular e despedimentos nas escolas”, em que a oposição insistiu em saber quantos professores a menos terá o sistema educativo a partir de Setembro.
“Não temos 25 mil horários de professores contratados, portanto não é possível fazer esse despedimento”, afiançou, em resposta à oposição.
O deputado do PCP Miguel Tiago acusou o Governo de submissão à troika e de desferir “golpes rudes e profundos contra as fundamentais características da escola pública”.
Nilza de Sena, do PSD, sublinhou as medidas destinadas a dar mais autonomia às escolas aprovadas pelo Executivo, bem como a actualização da estrutura curricular para diminuir a dispersão com que os alunos se confrontavam no 2.º e 3.º ciclos, de acordo com o anunciado pelo Governo.
“Estamos longe da escola despesista do PS e da arrogância das suas decisões”, retorquiu a deputada perante as críticas anteriormente formuladas pelo PCP.
Odete João, do PS, criticou a redução do crédito horários das escolas para gerirem os seus próprios projectos e o aumento do número de horas de aulas dos professores.
“A escola pública no próximo ano poderá gerir limites mínimos de sobrevivência, só isso”, defendeu.
Pelo CDS-PP, Michael Seufert alegou que as dificuldades do país são muitas, mas que eram “muitas mais à data da tomada de posse” deste Governo.
A deputada do BE Ana Drago considerou que a política em curso é de “empobrecimento do sistema educativo” e acusou a tutela da Educação de provocar “o caos” nas escolas, tendo como “única obsessão” despedir professores.
“É ou não verdade que podem ir para a rua mais de 20 mil professores?”, questionou de seguida a deputada do PEV Heloísa Apolónia.
Também o PCP insistiu nesta questão: “O senhor é professor de Matemática, de certeza que já fez as suas contas”, disse Rita Rato.