Microsoft Surface: um tablet para trabalhar
Bem, talvez Jobs se tenha esquecido da vertente "working". Na verdade, os iPads não são bons para trabalhar
Nesta apresentação Jobs mostrou-nos o primeiro iPad e afirmou que este traria a melhor experiencia em "key tasks": "browsing", e-mail, photos, vídeo, music, "games" e "ebooks". Ficámos logo a perceber que se tratava de uma plataforma sobretudo lúdica mas que não iria encantar os gamers hardcore. Com os seguintes iPads (apenas levemente melhorados e que não acrescentam soluções aos anteriores) pudemos confirmar a ideia original.
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Nesta apresentação Jobs mostrou-nos o primeiro iPad e afirmou que este traria a melhor experiencia em "key tasks": "browsing", e-mail, photos, vídeo, music, "games" e "ebooks". Ficámos logo a perceber que se tratava de uma plataforma sobretudo lúdica mas que não iria encantar os gamers hardcore. Com os seguintes iPads (apenas levemente melhorados e que não acrescentam soluções aos anteriores) pudemos confirmar a ideia original.
Nessa mesma apresentação, mesmo antes de apresentar o iPad, Jobs dizia-nos que os netbooks “are better at anything”. Será?
Bem, talvez Jobs se tenha esquecido da vertente "working". Na verdade, os iPads não são bons para trabalhar. Escrever num teclado "touch" (que ocupa parte do ecrã), seleccionar um caracter específico, editar várias páginas de texto, introduzir múltiplos dados em folhas de cálculo e criar longas apresentações representam desafios reais para os utilizadores.
Resumindo, iPads e restantes tablets, dificilmente nos permitem criar um documento final e isso é um problema. Para o resolver, bastaria à Apple pensar num teclado que não desvirtuasse o conceito inicial do Ipad.
A Asus foi a primeira marca a investir nesse sentido, quando no ano passado apresentou o Asus Eee Pad Transformer, um "tablet" que pode incorporar um teclado e que praticamente se transforma num netbook.
Esta semana a Microsoft apanhou o comboio e apresentou o Surface. Ainda falta saber muito sobre a nova aposta da Microsoft mas, para já, apresenta-se como uma plataforma que não perde a sua identidade de "tablet" e que simultaneamente, para trabalhar, se aproxima da vertente "netbook".
Para isso, o Surface apresenta uma capa colorida em tudo igual às do iPad (magnetismo incluído) mas que é simultaneamente um teclado. É graças a ele que a Microsoft aposta na utilização do tablet numa posição vertical, algo já possível mas pouco explorado no "marketing" da Apple.
Neste momento, existem dois motivos para estarmos atentos ao Surface.
O primeiro está relacionado com a entrada da Microsoft no mercado do "hardware", algo que não se via há algum tempo.
O segundo é relativo a uma verdadeira e útil evolução que os "tablets" (iPad incluído) podem seguir. Como referimos, o Surface ainda não foi comercializado e ainda não podemos avaliar a sua prestação, mas a ideia de que os "tablets" podem co-existir com teclados é suficiente para agradar a quem trabalha com os "office", a quem utiliza "chats", aos "bloggers" e a todos os "gamers" que não se contentam com o "fruit ninja".