Câmaras querem que touradas sejam “Património Cultural de Portugal”
Quinze municípios entendem que “há matéria suficiente” para que a tauromaquia seja classificada pelo Estado como “Património Cultural de Portugal”
Quinze municípios já declararam a tauromaquia como Património Cultural e Imaterial de Interesse Municipal (PCIIM) com o objectivo de o Governo classificar o sector como “Património Cultural de Portugal”, revelou uma fonte ligada ao processo.
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Quinze municípios já declararam a tauromaquia como Património Cultural e Imaterial de Interesse Municipal (PCIIM) com o objectivo de o Governo classificar o sector como “Património Cultural de Portugal”, revelou uma fonte ligada ao processo.
O presidente da secção dos municípios com actividade taurina, Dionísio Mendes, adiantou à agência Lusa que as autarquias, ao declararem a tauromaquia como PCIIM, esperam que se “tome consciência” a nível nacional da “importância” do sector como “património cultural”.
A secção dos municípios com actividade taurina, departamento que está aliado à Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), foi criada em Setembro de 2001 e congrega 40 municípios de norte a sul do país.
Dionísio Mendes, que também preside à Câmara de Coruche, indicou que já declararam a tauromaquia como PCIIM os municípios de Barrancos, Alter do Chão, Monforte, Alcochete, Fronteira, Pombal, Moura, Santarém, Benavente, Vila Franca de Xira, Sabugal, Portalegre, Coruche, Arruda dos Vinhos e Moita do Ribatejo. “Nos próximos dias, os restantes municípios vão avançar com a declaração.
No fim, vamos entregar um dossier na secretaria de Estado da Cultura no sentido de sensibilizar o Governo para declarar a tauromaquia como Património Cultural de Portugal”, explicou.
Para Dionísio Mendes, a tauromaquia deve ser “reconhecida” pela sua “importância”, uma vez que é o “segundo espetáculo com mais público no país, a seguir ao futebol, e que movimenta muitos milhões de euros”.
O autarca observou que a tauromaquia movimenta também “várias actividades económicas” e que as ganadarias constituem um “exemplo de sustentabilidade ambiental e daquilo que é a valorização do património genético: o touro bravo”.
Dionísio Mendes destacou ainda que vivem “centenas de pessoas” desta actividade e que existe uma “enorme tradição” em redor do toiro e da sua criação. Nesse sentido, o autarca afirmou que os municípios associados entendem que “há matéria suficiente” para que a tauromaquia seja classificada pelo Estado como “Património Cultural de Portugal”.