Not Made In China: a cada pessoa, a sua t-shirt
Existem muitas t-shirts estampadas, mas nem todas com aquele desenho. André Semedo é designer e quer acabar com a frase "olha aquele com uma t-shirt igual à minha!"
Os mais vaidosos não gostam de ir na rua e ver alguém com a roupa igual. Quando a nossa t-shirt favorita está vestida em mais cem pessoas ou aquela peça que vimos na loja parece ser predilecção de mais meio mundo, ficamos possuídos. Nestas t-shirts, isso não vai acontecer. É uma certeza absoluta, não fosse a etiqueta dizer “Not Made in China”.
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Os mais vaidosos não gostam de ir na rua e ver alguém com a roupa igual. Quando a nossa t-shirt favorita está vestida em mais cem pessoas ou aquela peça que vimos na loja parece ser predilecção de mais meio mundo, ficamos possuídos. Nestas t-shirts, isso não vai acontecer. É uma certeza absoluta, não fosse a etiqueta dizer “Not Made in China”.
Os estampados resultam do pedido que cada um fizer e que através do André Semedo, o designer de 29 anos que criou a marca, se materializa com uma estética única. Para além das t-shirts, a Not Made in China faz também vinis. Mas isso é apenas um “por enquanto”.
As ideias e projectos não ficam por aqui. Começou com pequenos passos, criando para os amigos e para a família. Em 2008 já tinha “um stock e uma ideologia interessante” e este ano lançou oficialmente a marca que vai acabar com a frase “olha aquele com uma t-shirt igual à minha!”.
Não é só uma “sátira aos produtos produzidos na China”, mas principalmente uma oportunidade para as pessoas vestirem t-shirts com “alma, não apenas com números gigantes, desenhos e frases que não lhes dizem nada pessoalmente, que vestem por vestir”, disse ao P3.
Tatuagens em roupa
Os pedidos que recebe são variados. Há quem envie frases, fotografias ou até mesmo alguma coisa relativa a um momento valioso. Também há quem ainda não tenha decidido e acabe por definir o que pretende em conversa telefónica com o André. “Vejo estes pedidos como umas tatuagens em roupas: são únicas, pessoais e para a vida inteira”, explica o designer.
Geralmente, acrescenta ao pedido um cunho “pessoal e artístico” para que haja “distinção estética”. Na mente do criativo vão fazendo casa outras ideias. A aposta futura passará por sacos personalizados para as pessoas levarem os seus almoços para o emprego, almofadas estilizadas, posters e t-shirts para mulheres.
Para além de utilizar as redes sociais para fazer publicidade, já produziu uma colecção personalizada para o programa de televisão “Nada de Especial”. Foi especial esta oportunidade e o próximo passo é preparar um catálogo para lançar a marca nas lojas, sem que esta perca o seu “conceito e identidade” porque estas peças são únicas e “uma vez feitas, não se repetem”.
O André tirou Design Gráfico no IADE, trabalhou na Now Open e em 2006, juntou-se à Designglow onde continua a trabalhar num horário expediente. De 2007 a 2011 foi director de arte da Revista Umbigo mas acredita que “para estar constantemente a criar é necessário motivação”, por isso embrenhou-se neste novo projecto, desta vez só dele e no qual pode criar algo que “faça a diferença e desafie de novo os limites”.
Refere que é um projecto com “cunho português” e que seria um contra-senso não se expressar neste idioma que encara como mais um meio de alcançar a singularidade a que aspira.