Dalton Trevisan agradece “o prémio dos prémios de Literatura”

Na mensagem redigida no dia imediatamente a seguir ao anúncio do Prémio (21 de Maio), mas que só chegou à SEC no início desta semana, e a que o PÚBLICO teve acesso, Trevisan escreve: “A consciência de minhas limitações como escritor me proibiu sonhos mais altos. E agora, sem aviso, o Prémio Camões. O prémio dos prémios de Literatura”. E expressa o agradecimento, “de coração”. “Não mereço, quem sabe. Mais não pude com as forças poucas. Não fosse indomável a língua. Não tivesse o conto mais fim que novo começo”, acrescenta o escritor, naquela que é a primeira declaração conhecida, após a atribuição do prémio.

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Na mensagem redigida no dia imediatamente a seguir ao anúncio do Prémio (21 de Maio), mas que só chegou à SEC no início desta semana, e a que o PÚBLICO teve acesso, Trevisan escreve: “A consciência de minhas limitações como escritor me proibiu sonhos mais altos. E agora, sem aviso, o Prémio Camões. O prémio dos prémios de Literatura”. E expressa o agradecimento, “de coração”. “Não mereço, quem sabe. Mais não pude com as forças poucas. Não fosse indomável a língua. Não tivesse o conto mais fim que novo começo”, acrescenta o escritor, naquela que é a primeira declaração conhecida, após a atribuição do prémio.

O contista e autor de “O Vampiro de Curitiba”, que no próximo dia 14 de Junho fará 87 anos, e que é visto como uma espécie de recluso, que não dá entrevistas nem é reconhecido na rua, dá a entender, na sua mensagem, que não poderá estar presente na sessão de entrega do prémio, cuja data não está ainda agendada. “Os muitos anos, ai de mim, já me impedem de receber pessoalmente o prémio. Perdoe que o faça nestas pobres palavras”, escreve Dalton Trevisan a Francisco José Viegas.

O Prémio Camões 2012 – no valor de 100 mil euros – foi atribuído a Dalton Trevisan por unanimidade, por um júri presidido pelo crítico, ensaísta e escritor brasileiro Silviano Santiago e também constituído pelo seu concidadão Alcir Pécora (Universidade de Campinas), pelos portugueses Rosa Maria Martelo (Faculdade de Letras do Porto) e Abel Barros Baptista (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas de Lisboa), pela poetisa angolana Ana Paula Tavares e pelo escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho.