Banif só vai recorrer à linha de recapitalização da "troika" após o Verão
“Ainda não fizemos a entrega formal do plano de capitalização do banco. Seguem as discussões com o Banco de Portugal e, como não estamos sujeitos aos rácios de capital exigidos pela Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês), não temos a mesma urgência que outras instituições”, disse hoje à agência Lusa fonte oficial do Banif.
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“Ainda não fizemos a entrega formal do plano de capitalização do banco. Seguem as discussões com o Banco de Portugal e, como não estamos sujeitos aos rácios de capital exigidos pela Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês), não temos a mesma urgência que outras instituições”, disse hoje à agência Lusa fonte oficial do Banif.
“Temos um processo de recapitalização em curso, de forma a satisfazermos os objectivos da ‘troika’ [rácio ‘core tier 1’ de 10% até Dezembro], pelo que até ao final do ano estará tudo pronto”, revelou a mesma fonte, confirmando que o Banif também deverá recorrer à linha de recapitalização da banca de 12 mil milhões de euros, à semelhança do BCP e do Banco BPI.
Porém, ao contrário destes dois bancos (e do BES e da CGD), o Banif não foi examinado nos testes de ‘stress’ da EBA, realizados em Setembro de 2011, pelo que não está obrigado a atingir um rácio ‘core tier 1’ [que define a solvabilidade de uma instituição financeira], de 9,0 por cento até ao final de Junho, de acordo com os critérios mais exigentes do regulador europeu.
“Estamos também a proceder a uma reestruturação do grupo societário”, anunciou o responsável, explicando que a mesma visa integrar várias sociedades no Banif S.A. (já que a linha de recapitalização da ‘troika’ está apenas disponível para bancos), mas que as exigências de capital recaem sobre a ‘holding’ Rentipar Financeira, que controla o Banif SGPS, que por sua vez domina o Banif S.A.
O BCP anunciou hoje, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que, para atingir o rácio de solvabilidade de ‘core tier 1’ de 9,0 por cento até 30 de Junho - exigido pela Autoridade Bancária Europeia (EBA) -, vai realizar um aumento de capital de 500 milhões de euros, a par do recurso à linha de recapitalização da ‘troika’ (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) no montante de 3 mil milhões de euros.
O aumento de capital do banco será feito por novas entradas de dinheiro, sendo destinado à subscrição pelos accionistas, que terão direito de preferência, ao passo que os 3 mil milhões de euros serão subscritos pelo Estado em obrigações de conversão contingente (chamadas ‘coco bonds’) a pagar pelo banco a cinco anos.
Já o Banco BPI recorrerá ao apoio estatal no valor de 1.500 milhões de euros, num plano que compreende a emissão de obrigações de conversão contingente (‘coco bonds’) no valor de 1.300 milhões, mais um aumento de capital de 200 milhões de euros.
Já a CGD vai reforçar os seus fundos próprios em 1.650 milhões de euros de forma a cumprir os rácios de solvabilidade exigidos pelo Banco de Portugal até 30 de Junho deste mês.
O banco estatal comunicou hoje que os fundos próprios da CGD “serão reforçados em 1.650 milhões de euros até ao final do corrente mês de Junho de 2012”, sendo que a repartição daquele montante entre acções e obrigações de conversão contingente “será definida oportunamente”.
Tanto o Banco Espírito Santo (BES) - que tem que responder às exigências da EBA -, como o Santander Totta não deverão necessitar da ajuda estatal.
O banco liderado por Ricardo Salgado realizou recentemente um aumento de capital superior a mil milhões de euros para evitar a intervenção pública na instituição.
Por seu turno, o presidente do Santander Totta, António Vieira Monteiro, disse recentemente que o banco já atingiu em Dezembro todos os requisitos pedidos pela `troika` (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia).