Presidente sérvio diz que “não houve genocídio em Srebrenica”
O massacre de 8000 homens e rapazes muçulmanos pelas forças sérvias da Bósnia, em 1995, foi classificado como genocídio pelo Tribunal das Nações Unidas para os crimes cometidos na ex-Jugoslávia e também pelo Tribunal Internacional de Justiça.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O massacre de 8000 homens e rapazes muçulmanos pelas forças sérvias da Bósnia, em 1995, foi classificado como genocídio pelo Tribunal das Nações Unidas para os crimes cometidos na ex-Jugoslávia e também pelo Tribunal Internacional de Justiça.
“Em Srebrenica, foram cometidos graves crimes de guerra por alguns sérvios, e estes devem ser encontrados, acusados e punidos”, contrapôs Nikolic.
Dois antigos responsáveis sérvios, o líder sérvio bósnio Radovan Karadzic e o general Ratko Mladic, estão a ser julgados por crimes de guerra em Haia, Holanda. “É muito difícil acusar alguém e provar em tribunal que um acontecimento foi um genocídio”, defendeu Nikolic em declarações à televisão do Montenegro, sem se referir directamente a estes casos.
Tomislav Nikolic tomou posse na quinta-feira, depois de uma vitória-choque nas presidenciais sobre o anterior chefe de Estado, o europeísta Boris Tadic. Nikolic, um nacionalista contra o caminho europeu da Sérvia, tinha alterado a sua posição anti-UE depois de ter perdido as anteriores presidenciais, em 2004, para Tadic.
Tadic tinha pedido desculpas aos familiares das vítimas de Srebrenica em 2005 e tinha vindo a participar em cerimónias a assinalar o massacre.
Nikolic disse que não estará presente na próxima cerimónia, em Novembro. “O meu antecessor esteve lá e prestou tributo. Por que deveriam todos os presidentes fazer o mesmo?”, questionou.
O líder muçulmano da Bósnia, Bakir Izetbegovic, que divide a presidência com dois outros responsáveis, um sérvio e um croata, reagiu às palavras de Nikolic: “A negação do genocídio em Srebrenica poderá causar novos mal entendidos e tensões."