Estudantes de Medicina querem mais vagas para o internato
Os estudantes de Medicina de todo o país vão contestar, esta quinta-feira, em frente ao ministério da Saúde, os limites de acesso ao internato médico
O limite de vagas para acesso ao internato médico está no centro da contestação que os estudantes de Medicina de todo o país estão a preparar para esta quinta-feira, em frente ao ministério da Saúde, em Lisboa. Em comunicado divulgado no Facebook, a Associação Nacional Estudantes Medicina (ANEM) explica que a abertura de vagas nos cursos de Medicina não é compatível com o número de vagas do internato médico no fim do curso.
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O limite de vagas para acesso ao internato médico está no centro da contestação que os estudantes de Medicina de todo o país estão a preparar para esta quinta-feira, em frente ao ministério da Saúde, em Lisboa. Em comunicado divulgado no Facebook, a Associação Nacional Estudantes Medicina (ANEM) explica que a abertura de vagas nos cursos de Medicina não é compatível com o número de vagas do internato médico no fim do curso.
A associação afirma que "um aumento no número de vagas para os cursos de Medicina não significa mais médicos no país" porque, no fim da licenciatura de seis anos, há uma barreira à formação dos "pré-médicos" com a falta de vagas no internato.
Deste modo, a exigência da ANEM passa pelo lema "Somos estudantes de Medicina e queremos ser médicos, queremos completar a nossa formação, queremos um internato" e, para Agostinho Sousa, presidente da Associação de Estudantes do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (AEICBAS), o objetivo com que os estudantes de Medicina do ICBAS vão a Lisboa é o mesmo.
"Um dos grandes medos que temos actualmente é que, após a conclusão do nosso curso, não tenhamos especialidade", explica. O presidente da AEICBAS defende, também, a necessidade de reajustar o número de vagas para entrar no curso com as vagas do internato médico, mas acredita nos bons resultados desta ação.
Do ICBAS devem ir até Lisboa cerca de 105 estudantes, mas a representação do Porto na contestação só fica completa com a Associação de Estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (AEFMUP). Agostinho Sousa relembra que ainda há mais associações de estudantes pelo país que decidiram aliar-se a esta ação e que, por isso, além de se poder assistir a uma das maiores manifestações estudantis dos últimos anos, se está perante "um caso inédito".
"Os estudantes de Medicina não participaram neste tipo de acções nos últimos 20 a 30 anos" e a última vez que tal aconteceu foi nos anos 70, com o mesmo tipo de problemas.
Petição a caminho do parlamento
O dia não foi escolhido ao acaso. Só nesta quarta-feira é que o relatório do Grupo de Trabalho de revisão do Regime do Internato Médico foi concluído. Os estudantes não querem perder tempo e vão apresentar-se, o quanto antes, de "bata e devidamente identificados a criar uma 'simbólica' fila de espera pelo internato médico".
A ANEM promove a ação mas recusa chamar-lhe manifestação. A Associação Nacional dos Estudantes de Medicina garante que se vão expressar de forma pacífica e que "não vai ser uma 'manif' nem uma marcha negra e com faixas reivindicativas", porque todos os estudantes de Medicina querem “ser uma fonte de segurança e de inspiração para a população".
Agostinho Sousa diz que está a ser preparada uma petição para ser entregue na Assembleia da República. "Estamos com o limite mínimo de 4 mil assinaturas porque, só com esse número, este assunto terá de ser debatido na AR. Mas temos tido uma boa adesão", garante.