Homens de Negro 3
Os Men in Black nunca foram grande espingarda, nem à primeira tentativa (em 1997) nem, muito menos, à segunda (em 2002). Tinham como principal virtude um lado folgazão, uma certa nonchalance que desapareceu do entretenimento hollywoodiano contemporâneo, dominado pela seriedade “metafísica” (LOL) dos super-heróis ou da “fantasia” importada dos jogos de computador. Essa virtude - muito “contextual”, é certo - torna este terceiro episódio tragável sem excessivo enfado, ajudando bastante o seu carácter remissivo, que obriga a uma memória de pelo menos quinze anos (extraordinária exigência, quando a norma hollywoodiana actual não pede mais, quando muito, do que a memória do dia anterior). Mil vezes isto, portanto; mas o facto de existir no meio da miséria não torna Men in Black 3 melhor do que é: apenas um exercício se reciclagem que, sendo banal, se eleva acima da indigência, estética e intelectual. Só isso - ainda não baixámos a fasquia assim tanto para o tratarmos doutra maneira.
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Os Men in Black nunca foram grande espingarda, nem à primeira tentativa (em 1997) nem, muito menos, à segunda (em 2002). Tinham como principal virtude um lado folgazão, uma certa nonchalance que desapareceu do entretenimento hollywoodiano contemporâneo, dominado pela seriedade “metafísica” (LOL) dos super-heróis ou da “fantasia” importada dos jogos de computador. Essa virtude - muito “contextual”, é certo - torna este terceiro episódio tragável sem excessivo enfado, ajudando bastante o seu carácter remissivo, que obriga a uma memória de pelo menos quinze anos (extraordinária exigência, quando a norma hollywoodiana actual não pede mais, quando muito, do que a memória do dia anterior). Mil vezes isto, portanto; mas o facto de existir no meio da miséria não torna Men in Black 3 melhor do que é: apenas um exercício se reciclagem que, sendo banal, se eleva acima da indigência, estética e intelectual. Só isso - ainda não baixámos a fasquia assim tanto para o tratarmos doutra maneira.