E um dia a designer de sapatos mudou-se para a montra
A Shoes Closet montou o escritório dentro da própria montra da sapataria. O objectivo? Conhecer o público e promover a indústria. Marca vai expor na "Premiere Classe", área mais exclusiva da feira de moda de Paris
Queriam chamar a atenção. Para o trabalho deles, para o comércio tradicional, para a indústria do calçado. Helena Amante Oliveira pegou na secretária e pô-la na montra. Por estes dias, quem passar no nº 66 da Avenida Marquês de Tomar, em Lisboa, depara-se com a designer da Shoes Closet, uma marca de calçado que a jovem de 24 anos criou com o irmão Miguel Marques há dois anos.
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Queriam chamar a atenção. Para o trabalho deles, para o comércio tradicional, para a indústria do calçado. Helena Amante Oliveira pegou na secretária e pô-la na montra. Por estes dias, quem passar no nº 66 da Avenida Marquês de Tomar, em Lisboa, depara-se com a designer da Shoes Closet, uma marca de calçado que a jovem de 24 anos criou com o irmão Miguel Marques há dois anos.
A montra viva, que deve prolongar-se até meio de Junho, quer privilegiar o contacto com o público e dar-lhes a conhecer mais sobre a indústria do calçado. É uma espécie de laboratório, onde Helena Amante Oliveira observa e tenta perceber o que o cliente deseja.
Não foi preciso muito tempo para a designer entender que o conhecimento das pessoas sobre a indústria era escasso. Alguns transeuntes, sem repararem que estava uma pessoa na montra, comentavam que os sapatos da Shoes Closet, pelo ar moderno, não deviam ser portugueses.
Nova geração está a renovar a indústria
A observação não deixa de ser um elogio, mas não faz jus ao trabalho que toda uma indústria tem feito. É por isso que Helena acha que é preciso investir mais na “divulgação e criação de marcas”. A nova geração, da qual os irmãos da Shoes Closet fazem parte, ainda pode investir mais na área, mas já “tem contribuído para a renovação”, acredita a jovem de 24 anos.
No fim do mês, a dupla vai viajar até Paris, a convite da organização da “Premiere Classe”, para expor na área mais exclusiva da feira de moda francesa. Um privilégio que conquistaram na GDS, feira internacional de Dusseldorf, onde o P3 também os conheceu e onde fecharam os primeiros contratos internacionais.
Há uma “grande expectativa” nesta visita a França, que continua a ser o principal mercado da indústria portuguesa, admite Helena. A internacionalização é o principal objectivo da Shoes Closet, que tem na Itália e Alemanha os mercados preferenciais, apesar de o mercado nacional estar a demonstrar um interesse “surpreendente” na marca.
Também por isso, os irmãos querem preservar as duas lojas de rua abertas pelos avós há cerca de 40 anos, em Lisboa, e apostar na “proximidade com o consumidor”. O projecto passa por renovar os estabelecimentos dando-lhes um cunho moderno, à imagem da Shoes Closet, sem esquecer o peso da história que os levou até ali.