Estudo sugere que alemães são incapazes de desfrutar da vida

Foto
O perfeccionismo alemão é um dos entraves a uma fruição mais livre, diz o estudo Foto: Odd Andersen/AFP

De acordo com a psicóloga Ines Imdahl, que trabalha para o Instituto Rheingold, uma empresa especialista em estudos de mercado e consultoria que levou a cabo este estudo, a situação agravou-se após a euforia do Mundial de Futebol de 2006 e, pior, desde a crise financeira que se instalou na Zona Euro. “É mais do que simples queixume; as pessoas sentem que têm de arcar elas mesmas com toda a crise”, indicou a responsável.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

De acordo com a psicóloga Ines Imdahl, que trabalha para o Instituto Rheingold, uma empresa especialista em estudos de mercado e consultoria que levou a cabo este estudo, a situação agravou-se após a euforia do Mundial de Futebol de 2006 e, pior, desde a crise financeira que se instalou na Zona Euro. “É mais do que simples queixume; as pessoas sentem que têm de arcar elas mesmas com toda a crise”, indicou a responsável.

Porém - avança uma notícia publicada pela revista germânica Spiegel -, nem só a crise se está a atravessar no caminho do divertimento dos alemães. O principal inimigo reside no perfeccionismo germânico. Durante as muitas horas de entrevistas individuais e de grupo que foram levadas a cabo sobre este tópico, os investigadores concluíram que 81% dos inquiridos relata que desfruta mais do lazer quando previamente consegue alcançar ou obter alguma coisa positiva. Ou seja, os alemães levam a sério a velha máxima dos negócios antes do prazer.

Finalmente, perante a recompensa, os alemães sofrem de outra fragilidade: a pressão de saberem que têm de relaxar porque tudo em seu redor - nomeadamente a publicidade - lhes diz que é esse o caminho. "Este excesso de ofertas faz as pessoas pensar que têm mesmo de se divertir”, diz Imdahl. E, perante a pressão, alguns cedem.

De acordo com o estudo, apenas 15% dos inquiridos se conseguiam lembrar de momentos de lazer e relaxamento em que tinham conseguido verdadeiramente esquecer-se de todas as preocupações e sentir-se verdadeiramente felizes.

Mesmo durante o sexo, as entrevistas pessoais revelaram que uma boa percentagem de indivíduos não consegue concentrar-se apenas no momento de intimidade, sendo constantemente assaltados por imagens mentais de filmes e de anúncios de publicidade, indica o “Der Spiegel”.