A professora que dá banho ao cão... e ao gato
Patrícia Silva 32 anos e é professora de educação física. Nas horas vagas dedica-se à prestação de cuidados de higiene e bem-estar a animais de estimação
Banhos, tosquias e... unhas de gel para gatos. Patrícia dá banho ao cão — literalmente —, ao gato e, menos amiúde, ao coelho. O carinho pelos animais é antigo e o desejo de se dedicar profissionalmente à área também. “Há muitos anos, comecei a trabalhar numa clínica veterinária e ganhei uma grande paixão pelos animais. Como nunca tive notas para entrar em Medicina Veterinária, há cerca de três/quatro anos surgiu-me a ideia: ‘Porque não tirar um curso que me permitisse trabalhar com animais?’”.
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Banhos, tosquias e... unhas de gel para gatos. Patrícia dá banho ao cão — literalmente —, ao gato e, menos amiúde, ao coelho. O carinho pelos animais é antigo e o desejo de se dedicar profissionalmente à área também. “Há muitos anos, comecei a trabalhar numa clínica veterinária e ganhei uma grande paixão pelos animais. Como nunca tive notas para entrar em Medicina Veterinária, há cerca de três/quatro anos surgiu-me a ideia: ‘Porque não tirar um curso que me permitisse trabalhar com animais?’”.
Assim foi. Navegou pela Internet em busca de formação e encontrou na Maia um curso organizado pela Canilândia, onde apreendeu as competências e técnicas imprescindíveis para lidar com os "clientes".
Se para os donos são paparicos, para os fiéis companheiros passar pelas mãos de Patrícia pode não ser tão aprazível assim, daí a necessidade de tomar algumas precauções, como o uso de açaimes, para os cães. Já os gatos “nunca são tratados por uma só pessoa, porque podem magoar com os dentes e as unhas”.
Indispensável mesmo é uma boa dose de ternura. “Nunca nos disseram para usar sedativos. O truque é conversar com o animal.”
“Ainda não é rentável”
Patrícia Silva deixa expressa a intenção de tornar a actividade a sua principal ocupação profissional. “Estou a trabalhar para isso”, sublinha. Mas não prevê que essa vontade se concretize a curto prazo. “Não tenho coragem de, por vezes, cobrar o que seria justo, porque o animal é que acaba por sofrer. Depois não vem mais porque os donos não têm possibilidades. Pelo menos dá para pagar os champôs e outros materiais”.
A empreendedora usa materiais dispendiosos. As máquinas de tosquia "custam em média 300 e muito euros”, os pentes oscilam entre 20 e 70 euros, enquanto que “os champôs profissionais de cinco litros rondam os 50/60”, conta ao P3. Já o preço dos serviços (essencialmente “tosquias, cortes de raça e banhos”) vai dos dez aos 35 euros. A duração da sessão “depende muito do comportamento do animal”.
Actualmente, Patrícia dá aulas em Mangualde e reserva as “sextas, sábados e interrupções lectivas” para trabalhar na Puppy World, uma loja em Mozelos, Santa Maria da Feira.
Só a crise continua a colocar um travão no sonho de se entregar em pleno à paixão pelos animais. “As pessoas tratam menos dos animais”, lamenta. “Só vêm dar um banho, escovar o pêlo ou cortar as unhas no limite dos limites, quando já não há nada a fazer”.