Sarkozy processa quem o ligou a financiamento de Khadafi

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Sarkozy luta pela reeleição na segunda volta de domingo Foto: Pascal Pavani/AFP

“Esse documento é uma falsificação grosseira. As duas pessoas, na Líbia, que supostamente o terão enviado e recebido, desmentiram-no”, disse Sarkozy à televisão pública francesa, acrescentando que a queixa será entregue ainda “antes do fim da campanha”. A segunda volta das presidenciais francesas é já no próximo domingo, 6 de Maio, com Sarkozy e o socialista François Hollande a disputarem o cargo.

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“Esse documento é uma falsificação grosseira. As duas pessoas, na Líbia, que supostamente o terão enviado e recebido, desmentiram-no”, disse Sarkozy à televisão pública francesa, acrescentando que a queixa será entregue ainda “antes do fim da campanha”. A segunda volta das presidenciais francesas é já no próximo domingo, 6 de Maio, com Sarkozy e o socialista François Hollande a disputarem o cargo.

O então chefe dos serviços secretos líbios Moussa Koussa, que terá assinado o documento, também disse que “todas estas histórias são falsas”. O advogado do suposto destinatário da carta, Bachir Saleh, disse igualmente no domingo que o ex-director de gabinete de Khadafi afirma nunca a ter recebido nem ter participado em qualquer reunião em que se tivesse decidido financiar a campanha do Presidente francês para as presidenciais de 2007.

“A campanha não justifica tudo”, disse Sarkozy. “Existe uma moral e os que mentem devem ser condenados pela justiça.” O socialista François Hollande, à frente nas sondagens para a segunda volta das presidenciais de domingo, disse que “se se tratar de uma farsa, o site deverá ser condenado”, caso contrário “haverá explicações a dar”.

Na sondagem Ipsos de hoje para a France Télévisions, a Radio France e o "Le Monde", Sarkozy subiu um ponto nas intenções de voto, 47%. Mas não deixa por isso de estar em desvantagem face ao socialista François Hollande, com 53% das intenções de voto. 14% do eleitorado de Marine Le Pen, derrotada na primeira volta, tenciona votar em Hollande e 40% em Sarkozy. A média de todas as sondagens feitas na última semana deixa o candidato socialista à frente, com 54% das intenções de voto.

O documento em causa é de 2006 e foi publicado no sábado pelo site francês Mediapart. Segundo este jornal, o líder líbio estava pronto para financiar a campanha de Sarkozy para as presidenciais de 2007 com 50 milhões de euros.

O site Mediapart diz ter obtido este documento através de “antigos altos responsáveis líbios, hoje na clandestinidade”. Mas esta não é a primeira vez que Sarkozy é associado ao ex-líder líbio. Já o tinha sido por intermédio de Ziad Takieddin, o homem de negócios que terá sido o elo de ligação à Líbia, a partir de 2005, de Claude Guéant, o actual ministro do Interior e um fiel de Sarkozy.

Estas suspeitas já tinham sido levantadas durante a actual campanha. E a 12 de Março, o próprio Presidente-candidato tinha classificado como “grotescas” as suspeitas de que esse financiamento tivesse ocorrido.