Alan Gilbert, os movimentos invisíveis de um maestro
Na vida de um maestro, há o movimento e a nota musical, o gesto e a melodia. O Laboratório de Movimento da Universidade de Nova Iorque tentou explicar essa conexão
Há o talento invisível do maestro Alan Gilbert e a curiosidade do Laboratório de Movimento da Universidade de Nova Iorque. O resultado é um vídeo de ficção científica — mas bem real.
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Há o talento invisível do maestro Alan Gilbert e a curiosidade do Laboratório de Movimento da Universidade de Nova Iorque. O resultado é um vídeo de ficção científica — mas bem real.
Num estúdio da conhecida Escola Julliard, associada às artes, foram instaladas várias câmaras de captura de movimento, e a liderança musical do maestro e director musical da Filarmónica de Nova Iorque, Alan Gilbert, foi “passada a pente fino” por um "software" que registou os seus gestos, numa tentativa de desconstruir e desmistificar o papel de um condutor musical. Mas não bastou a análise dos dados captados para entender este papel na obra musical, talvez porque a ciência apenas consegue explicar algumas dimensões das nossas acções.
Para Alan “não há maneira de dizer o que faz uma condução musical ser óptima, nem mesmo o que a faz resultar”. Mas a sua essência é fazer com que os músicos toquem o melhor possível e que sejam capazes de usar da melhor forma a energia a favor da música. "Existe uma ligação entre o gesto, a presença física e a aura que o maestro pode projectar e aquilo que os músicos produzem."
Assim, acontecem interpretações de obras como “Soldier’s Tale”, de Stravinsky, uma das analisadas nesta experiência, que percebe os sons como camadas distintas. "Não é uma textura monolítica e homogénea. É uma textura que funciona em conjunto", explica o maestro.
Pensar a música como um caminho a percorrer é algo descrito pelo maestro. “Há uma meta na minha mente para onde nos devemos dirigir musicalmente.” Nesse percurso, há linhas musicais, associadas aos diferentes tipos de instrumentos, que se juntam e co-existem num fluxo básico. Continuamos a poder ouvir esse fluxo — mas agora também é visível.