Irmão de Ted Hughes publica memórias

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O livro de Gerald terá interesse para estudiosos de Ted Hughes fornecendo os referentes por trás de alguns poemas

A recém-criada chancela inglesa The Robson Press vai lançar este Outono as memórias de Gerald Hughes, nas quais o irmão mais velho do poeta Ted Hughes (1930-1998) evoca as vivências rurais que ambos partilharam na região do West Yorkshire, mostrando como a paixão do escritor pela natureza tem raízes na sua infância e adolescência. O editor Jeremy Robson conta que estava a almoçar com a filha de Ted Hughes e Sylvia Plath, Frieda, quando esta contou que o tio, radicado na Austrália desde 1952, estava a escrever umas memórias de juventude. Robson propôs-se imediatamente publicar o livro, que Gerald Hughes está ainda a terminar e que terá prefácio da própria Frieda.

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A recém-criada chancela inglesa The Robson Press vai lançar este Outono as memórias de Gerald Hughes, nas quais o irmão mais velho do poeta Ted Hughes (1930-1998) evoca as vivências rurais que ambos partilharam na região do West Yorkshire, mostrando como a paixão do escritor pela natureza tem raízes na sua infância e adolescência. O editor Jeremy Robson conta que estava a almoçar com a filha de Ted Hughes e Sylvia Plath, Frieda, quando esta contou que o tio, radicado na Austrália desde 1952, estava a escrever umas memórias de juventude. Robson propôs-se imediatamente publicar o livro, que Gerald Hughes está ainda a terminar e que terá prefácio da própria Frieda.

A turbulenta e trágica vida adulta de Ted Hughes, marcada pelos sucessivos suicídios de Sylvia Plath e de Assia Wevill - antes de se matar, a amante de Hughes tirou ainda a vida à filha de ambos, de quatro anos -, foi já exaustivamente tratada por vários biógrafos, mas os seus anos de formação são menos conhecidos. E o livro de Gerald Hughes terá ainda interesse para os estudiosos da obra do seu irmão, fornecendo, em alguns casos, os referentes concretos que estarão por trás de alguns poemas. O autor indica, por exemplo, a localização exacta do lago "tão fundo como a Inglaterra" que Ted Hughes evoca no poema Pike, de 1959, dedicado a um lúcio.

Ted e Gerald Hughes continuaram a corresponder-se assiduamente quando o segundo emigrou para a Austrália. "Um factor de que só os amigos muito íntimos se apercebem em Sylvia é a sua faceta raio-da-morte", escreve Ted Hughes ao irmão em 1962, poucos meses antes do suicídio de Plath. E acrescenta: "Em muitos aspectos, é a mulher mais dotada, capaz e admirável que alguma vez conheci, mas é-me impossível viver casado com ela".