El Corte Inglés organiza caçadas: uma girafa custa 2200 euros
Depois do escândalo com o rei de Espanha, também o El Corte Inglés está a ser fortemente criticado. Na Internet, os protestos e petições vão-se multiplicando
Caçar uma girafa custa 2200 euros e um búfalo 12.500. Mais barato que isto só mesmo o javali: 280 euros. A cadeia espanhola de lojas El Corte Inglés organiza viagens de caça com destino à província de Limpopo, na África do Sul.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Caçar uma girafa custa 2200 euros e um búfalo 12.500. Mais barato que isto só mesmo o javali: 280 euros. A cadeia espanhola de lojas El Corte Inglés organiza viagens de caça com destino à província de Limpopo, na África do Sul.
O alerta foi dado via Facebook, na página Justicia para los animales de Parque Animal, no domingo, dia 15 de Abril, precisamente um dia após ter sido noticiada a caçada de elefantes do rei de Espanha, Juan Carlos I, no Botswana.
O El Corte Inglés tem disponível na secção de viagens a tabela de preços relativa a cada espécie animal, bem como o valor da estadia no local.
Com o mote “Se queres matar uma girafa o El Corte Inglés organiza uma viagem”, a campanha de indignação no Facebook propõe um boicote massivo aos armazéns El Corte Inglés. Também na rede vão proliferando petições, onde o número de assinaturas não pára de aumentar.
Um “desporto” milionário
Muita tinta tem corrido na imprensa nacional e internacional nos últimos dias. De facto, este não é um “hobbie” para qualquer bolso. Uma paixão para muitos, a caça tem sido considerada um atentado quer à vida animal — à semelhança do que acontece com as touradas —, quer no que diz respeito às despesas que lhe são inerentes.
Com os ânimos ainda exaltados, após se ter descoberto o "safari milionário" do monarca espanhol, considerado uma “frivolidade” e uma “falta de ética” pela oposição espanhola, esta quarta-feira, logo após ter alta hospitalar na sequência da fractura da bacia durante a caçada, Juan Carlos apresentou o seu pedido de desculpas: “Não voltará a acontecer”.
Ao mesmo tempo, circula na Internet uma outra petição, assinada por mais de 87 mil pessoas, na qual se exige que o rei seja destituído do cargo de presidente honorário do Fundo para a Protecção da Natureza (WWF).
Para intensificar o escândalo tem corrido uma fotografia do rei espanhol, tirada em 2006, junto a um elefante morto.