Oito em cada dez portugueses são católicos e quase metade vai à missa

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Os portugueses que se dizem católicos são menos, mas o Catolicismo continua a ser dominante Foto: Enric Vives-Rubio

Segundo o estudo do Centro de Estudos de Religiões e Culturas (CERC) da Universidade Católica Portuguesa, que quarta-feira será apresentado na assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, os católicos desceram de 86,9% para 79,5%.

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Segundo o estudo do Centro de Estudos de Religiões e Culturas (CERC) da Universidade Católica Portuguesa, que quarta-feira será apresentado na assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, os católicos desceram de 86,9% para 79,5%.

“Pode observar-se um decréscimo relativo da população que se declara católica e um incremento da percentagem relativa às outras posições de pertença religiosa, com um particular destaque para o universo protestante (incluindo os evangélicos)”, diz o relatório assinado por Alfredo Teixeira, do CERC.

Os mesmos resultados mostram que 31,7% dos portugueses vão à missa pelo menos uma vez por semana. Se se somarem os 14% que dizem que vão à missa pelo menos uma ou duas vezes por mês, o total de portugueses que vão à missa com regularidade é de 45,7%.

O inquérito, que foi realizado em Novembro passado, a partir de quatro mil entrevistas em todo o continente, compara os dados obtidos com um inquérito semelhante realizado em 1999. Em ambos os casos, pretendia-se saber como é que os portugueses se situam perante o fenómeno religioso, através de perguntas sobre a regularidade da prática religiosa ou de atitudes como a frequência com que se reza: 33% dos inquiridos dizem que todos os dias costumam “rezar ou dirigir-se a Deus ou qualquer outra entidade sobrenatural”, enquanto 26,7% o faz algumas vezes na semana.

Crescem outras religiões

Se os católicos diminuíram, já a percentagem de pessoas com uma religião diferente da católica passou de 2,7% em 1999 para 5,7%. Mas também o número de pessoas sem qualquer religião aumentou, de 8,2% para 14,2%. Por categorias, o aumento verificado foi de 1,7 para 3,2 nos indiferentes, de 1,7 para 2,2 nos agnósticos e 2,7% para 4,1% nos ateus.

Entre a população que se identifica com uma posição religiosa, os católicos baixaram de 97% para 93,3%. Nesta mesma grelha de análise, as categorias que mais cresceram foram os protestantes e evangélicos, bem como os que se definem como “crentes sem religião”.

Os protestantes e evangélicos aumentaram de 0,3% para 2,8%, enquanto as Testemunhas de Jeová subiram de 1% para 1,5% no peso relativo. Os “outros cristãos” (que deverão ser predominantemente ortodoxos) aumentaram de 1,5% para 1,6%, enquanto os crentes de religiões não cristãs (muçulmanos, judeus, hindus, budistas, por exemplo) passaram de 0,2% para 0,8%.

Na assembleia plenária que esta tarde abre em Fátima, com um discurso do presidente da CEP, o patriarca de Lisboa e os bispos deverão debater ainda uma nota pastoral sobre a Europa. Esta mensagem, disse o porta-voz da CEP, padre Manuel Morujão, à Lusa, incidirá na ideia de que “a Europa não pode resumir-se a um projecto de euros”. Antes, diz este responsável, deve “assumir-se como uma comunidade de países solidária e aberta ao mundo, para que a utopia da União Europeia se concretize nos seus valores essenciais”.