Crónica de jogo: A lei do Benfica
Os minhotos ainda conseguiram empatar o jogo perto do fim, depois de o Benfica se ter adiantado no marcador por Rodrigo, mas Saviola, na primeira vez que tocou na bola, decidiu tudo a favor da sua equipa, que, com quatro troféus consecutivos na competição, tem um aproveitamento de 80 por cento na Taça da Liga.
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Os minhotos ainda conseguiram empatar o jogo perto do fim, depois de o Benfica se ter adiantado no marcador por Rodrigo, mas Saviola, na primeira vez que tocou na bola, decidiu tudo a favor da sua equipa, que, com quatro troféus consecutivos na competição, tem um aproveitamento de 80 por cento na Taça da Liga.
O jogo começou equilibrado. Mais construtivo o Benfica, mais em contra-ataque o Gil Vicente, que apostava especialmente na velocidade de Hugo Vieira. A primeira grande oportunidade pertenceu às “águias”, mas o remate de Maxi Pereira foi defendido por Adriano. O lado direito do Benfica foi sempre o que teve mais espaço na primeira parte, ainda que a construção começasse muitas vezes na esquerda, nos pés de Bruno César. César Peixoto, com um remate de fora da área que passou perto do poste, mostrou que o Gil Vicente não tinha viajado até Coimbra só para festejar um momento histórico.
Mas, aos 30 minutos, o Benfica, que começou com Javi García, Gaitán e Cardozo no banco, além de Emerson e Artur, conseguiu finalmente concretizar o seu papel de favorito. Nesse lance, os “encarnados” impuseram a sua lei com dois jogadores capazes de marcar as diferenças. Rodrigo Galo fez um mau corte e perdeu a bola para Bruno César, que olhou para a área, viu Rodrigo a pedi-la do outro lado, do inevitável lado direito, e fez um cruzamento perfeito que o espanhol converteu em golo.
O jovem avançado esquerdino foi uma das figuras da competição. O seu golo deste sábado foi o quarto na prova, apesar de ter jogado apenas 149 minutos (mais os descontos) no total. De resto, só na final se estreou a titular na Taça da Liga, pois nas outras três presenças começou sempre no banco. Apesar disso, terminou no lote de melhores marcadores, juntamente com Baba (Marítimo) e Miguel Rosa (Belenenses).
Suplentes decisivosO sonho gilista sofreu um rombo, e ainda por cima tudo aconteceu na baliza mais próxima dos adeptos que viajaram de Barcelos. A equipa minhota, contudo, não deixou de procurar o empate e, dez minutos depois, obrigou Eduardo, decisivo na primeira final da prova ao serviço do Vitória de Setúbal, a fazer uma boa defesa, respondendo a um pontapé de Júnior Caiçara. No lance praticamente a seguir, Witsel, isolado por Aimar, falhou o 2-0, evitado por Adriano.
O Gil Vicente só voltou a atrapalhar verdadeiramente o Benfica a 12 minutos do final do tempo regulamentar, já depois de Rodrigo e Gaitán não terem conseguido dobrar a vantagem. Mas fê-lo com convicção: Zé Luís, um dos três suplentes que Paulo Alves lançou no tudo por tudo para tentar conquistar o primeiro troféu do clube em provas a eliminar, emendou para a baliza, num pontapé acrobático já perto da pequena área, uma jogada de insistência e fez o 1-1.
A festa minhota durou muito pouco, porém. Um minuto depois de entrar em campo (83’) a substituir Rodrigo, Javier Saviola, pouco utilizado por Jorge Jesus na segunda metade da temporada, fez o 2-1 final, no seguimento de mais uma defesa de Adriano a um remate de Witsel em zona frontal. A bola acabaria por ressaltar para o lado esquerdo do ataque do Benfica e o argentino atirou de pé esquerdo.
A última esperança do Gil Vicente morreria pouco depois nas mãos do guarda-redes Eduardo, após um remate fraco de Hugo Vieira na sequência de uma fuga pela ala esquerda. O “clube surpresa” desta competição mereceu os fortes aplausos dos seus adeptos no final da partida. Portou-se bem, mas o Benfica foi melhor. A Taça da Liga continua a ser uma especialidade benfiquista.
POSITIVORodrigo e Bruno César
O espanhol marcou quatro golos em quatro jogos, mas só foi titular no último. O brasileiro fez duas assistências para golo, uma aproveitada por Rodrigo, outra desperdiçada por Gaitán.
Matic
Deu grande ajuda aos centrais e limpou com serenidade a sua zona.
Adriano
Fez quatro defesas importantes para manter o Gil Vicente na discussão do jogo até ao fim
NEGATIVONelson Oliveira
Cumpriu a quota dos dois portugueses e Jesus tirou-o ao intervalo. Esteve mal.
Rodrigo Galo
Falhou nalguns lances capitais da final.
Ficha de jogo
Benfica, 2
Gil Vicente, 1
Benfica
Eduardo, Maxi Pereira, Garay, Jardel, Capdevilla, Matic, Witsel, Bruno César, Pablo Aimar (Cardozo, 62), Rodrigo (Saviola, 82) e Nélson Oliveira (Gaitán, 46). Treinador: Jorge Jesus
Gil VicenteAdriano Facchini, Rodrigo Galo, Halisson, Cláudio, Júnior Caiçara, Luís Manuel (Zé Luís, 56), André Cunha, Richard (João Vilela, 76), César Peixoto, Luís Carlos (Guilherme, 67) e Hugo Vieira. Treinador: Paulo Alves
ÁrbitroJorge Sousa, do Porto.
AmarelosLuís Manuel (50'), Gaitán (81'), Saviola (86'), Bruno César (86') e Cláudio (86').
Golos1-0, por Rodrigo, aos 30’;
1-1, por Zé Luís, aos 78’;
2-1, por Saviola, aos 83’.
Notícia actualizada às 23h21