Consumo de álcool: o fígado é que paga
Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado receia um aumento das doenças hepáticas por álcool em pessoas jovens dentro de uma década
A Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) receia um aumento das doenças hepáticas por álcool em pessoas jovens dentro de uma década devido ao consumo “cada vez mais precoce e intenso”.
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A Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) receia um aumento das doenças hepáticas por álcool em pessoas jovens dentro de uma década devido ao consumo “cada vez mais precoce e intenso”.
“O consumo cada vez mais precoce é um problema que tem sido um pouco esquecido, tememos que, num futuro próximo, uma década, se venham a notar mais casos do que o habitual de doenças hepáticas graves em pessoas relativamente jovens, na casa dos 30 anos”, alerta Armando Carvalho, presidente da APEF.
O especialista manifesta-se preocupado com o consumo de álcool “mais intenso e pesado” entre os adolescentes, que “correm muito mais riscos, e mais precocemente, de virem a ter uma doença hepática grave”.
“Antigamente, via-se muitas pessoas, ainda em idade jovem, com problemas hepáticos graves devido ao consumo de álcool, mas nas aldeias. Tememos que agora comecem a surgir em pessoas de outro nível, jovens universitários”, refere.
Armando Carvalho defende, por isso, que “seria muito importante que fosse realizada uma forte campanha nacional para prevenir o consumo de álcool entre os jovens”.
Numa entrevista à Lusa, domingo passado, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Leal da Costa, admitiu que tem “falhado tudo” para desincentivar os jovens do consumo de álcool e defendeu a realização de uma campanha que envolva a escola, a família e os serviços de saúde.
O presidente da APEF explica que as cirroses (doença grave irreversível do fígado) surgem “dez a 20 anos após o consumo excessivo de álcool e estimativas por baixo (defeito) apontam para que, em Portugal, uma em cada cinco pessoas consome álcool em níveis que podem ser perigosos para o fígado (a partir de 30 a 40 gramas por dia)”.
“Não é preciso haver um aumento do consumo de álcool associado à crise que o país atravessa para que seja um problema em Portugal”, considera o especialista.
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