PS aprovou estatutos de Seguro e passa a ter eleições directas

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Foto: Daniel Rocha

António José Seguro fez aprovar a sua proposta para revisão dos estatutos, cantando vitória depois de uma semana aziaga. Na votação na generalidade teve 81% dos votos favoráveis e quatro por cento contra, na votação final global contabilizou 91% dos votos a favor e nenhum contra.

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António José Seguro fez aprovar a sua proposta para revisão dos estatutos, cantando vitória depois de uma semana aziaga. Na votação na generalidade teve 81% dos votos favoráveis e quatro por cento contra, na votação final global contabilizou 91% dos votos a favor e nenhum contra.

Motivo para sentir que a “estratégia” da sua direcção saiu reforçada: “Há uma grande adesão por parte dos dirigentes do PS. Fui eleito [secretário-geral] com 68 por cento e hoje houve votações próximas dos 90 por cento. Isto é um sinal de que estamos a unir o PS”, sustentou Seguro no final, parecendo esquecer que boa parte dos seus detractores não esteve na comissão. Como o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, dos ex-ministros Jorge Lacão e Pedro Silva Pereira, e dos deputados André Figueiredo, José Lello e Sérgio Sousa Pinto. “A única coisa com que me preocupo é com as presenças”, desdramatizou Seguro quando confrontado pelos jornalistas.

Segundo os novos estatutos, a disciplina de voto passa a ter como princípio a liberdade de voto. “Por minha proposta, foi introduzido no regulamento do grupo parlamentar que, em vez da disciplina, houvesse liberdade de voto. O que aqui se fez foi adequar os estatutos àquilo que já tinha sido feito, estabelecendo os estatutos a liberdade de voto como regra para as decisões no grupo parlamentar, excepto as questões de governabilidade (orçamentos, moções de censura, compromissos eleitorais e compromissos internacionais como o da troika)”, descreveu Seguro. A comissão política mantém, no entanto, capacidades para dar orientações à bancada, como na votação do OE. A quebra da disciplina de voto pela deputada independente Isabel Moreira na votação das leis laborais será analisada na reunião da direcção da bancada, na terça-feira, adiantou Zorrinho.

Mas as críticas também se fizeram ouvir. Os deputados Renato Sampaio e Isabel Santos abandonaram a comissão em protesto, depois de ser chumbado o seu requerimento que impugnava a votação dos estatutos, alegando não haver mandato do congresso do PS nesse sentido. Já o antigo porta-voz e ministro socialista Paulo Pedroso criticou a ideia de o PS cortar com o passado recente e insistir na ideia de se refundar. “O PS deverá mais tarde ou mais cedo fazer um balanço crítico dos Governos de Sócrates. É isso que está a faltar para se poder olhar mais tranquilamente para o futuro”, defendeu Pedroso, lembrando que “a grande maioria dos protagonistas do actual ciclo também era protagonista do anterior. Não se podem inventar fracturas onde há de facto continuidades”. PÚBLICO

Lusa