Luís Valente de Oliveira substitui Artur Santos Silva na Casa da Música

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Secretário de Estado da Cultura garante que o futuro e a missão da Casa da Música não estão em causa Paulo Pimenta

Aprovadas as contas e os relatórios de actividades relativos a 2011, “com louvor à administração”, como referiu o secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, à saída da reunião, fica agora por saber quais serão os nomes que o Estado vai indicar para os restantes órgãos sociais da Casa da Música.

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Aprovadas as contas e os relatórios de actividades relativos a 2011, “com louvor à administração”, como referiu o secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, à saída da reunião, fica agora por saber quais serão os nomes que o Estado vai indicar para os restantes órgãos sociais da Casa da Música.

Viegas justificou este “ligeiro atraso” na indicação desses nomes, e da verba que o Estado prevê disponibilizar no futuro para a instituição, com o facto de a secretaria de Estado querer “planear as coisas a um ritmo plurianual”, acrescentando mesmo que deverá anunciar em Abril a dotação para o próximo triénio – recorde-se que dos 10 milhões de euros anuais que o Estado está legalmente obrigado a atribuir à Casa da Música, este ano só disponibilizou oito milhões, e 8,5 milhões em 2001.

Esta indicação foi bem vista por Artur Santos Silva, que, igualmente à saída do conselho, disse aos jornalistas que os fundadores tinham tomado a decisão de também esperar pela segunda parte da reunião no dia 26 de Abril para escolherem os seus quatro representantes na administração (dos sete que compõem o elenco).

Ficou também a saber-se que Nuno Azevedo, o administrador delegado na equipa cessante, e ao contrário da intenção anunciada há já algum tempo de deixar o cargo, estará disponível para assumir um terceiro mandato.

“Num caso excepcional como é este”, Nuno Azevedo disse não querer “deixar que a Casa da Música caia numa situação menos positiva”. Mas utilizou uma metáfora desportiva – “estamos agora no intervalo” – para fazer notar que a decisão final quanto à sua continuidade vai depender de como correr a “segunda parte”. Ou seja, das reuniões de trabalho que Francisco José Viegas anunciou que se irão realizar agora, entre os representantes do Estado e a administração. Esta irá manter-se, em regime de gestão, até ao conselho do dia 26 de Abril. Mas Viegas tornou claro que alguns dos seus membros “serão substituídos”.

A nomeação de Valente de Oliveira, actual presidente da Assembleia Municipal do Porto e ex-ministro de governos de Cavaco Silva, foi muito elogiada por Artur Santos Silva. “Não podia haver melhor escolha do que o professor Valente de Oliveira”, disse o futuro presidente da Fundação Calouste Gulbenkian. E acrescentou que esta escolha o deixa “tranquilo” em relação ao futuro da Casa da Música, que lembrou tratar-se de “um projecto de sucesso”.

Francisco José Viegas tinha antes justificado a escolha de Valente de Oliveira por se tratar de “uma pessoa comprometida” com a história da Casa da Música, com a cidade do Porto e com a Região Norte. E disse acreditar que ele “fará uma ponte excelente” com a cultura, os mecenas e a vida empresarial, que “certamente não deixarão de responder ao seu apelo”.

O secretário de Estado da Cultura afirmou também que o futuro e a missão da Casa da Música – que classificou como “uma das jóias da coroa da cultura portuguesa” – não estão em causa, e que o governo “não se desligará” dela.

Balanço e números

No comunicado em que faz o balanço das actividades da Casa da Música, tanto do ano passado como do seu mandato de seis anos, a administração cessante salienta o sucesso desta parceria público-privada, que permitiu “um crescimento significativo dos principais indicadores de actividade e uma poupança significativa para o Estado”. No documento, é feita a comparação do custo que o fundador estatal despendeu em 2005 com a Casa da Música e a então Orquestra Nacional do Porto (cerca de 15 milhões de euros) com a dotação deste ano para ambas as instituições (8 milhões de euros), da qual resulta “uma poupança de sete milhões de euros”.

Os números de 2011 apontam para um crescimento generalizado dos indicadores da actividade da instituição: mais eventos (1640, significando um aumento de 6,6%), mais iniciativas (1197; +0,6%) e maior número de participantes no Serviço Educativo (49.382; +5,9%), mais espectadores (259.464; +12,6%), mais bilhetes vendidos (144.465; +13,4%) e maior número de entradas na Casa, incluindo aqui também as visitas guiadas e outras (527.626; +7,5%).

No quadro das contas, a Casa da Música teve em 2011 custos globais de cerca de 15,5 milhões de euros, para proveitos ligeiramente inferiores (cerca de 128 mil euros). “Bons resultados que aconteceram num ano em que a Fundação esteve sob pressão financeira”, lembra a administração cessante da Casa da Música.

Notícia actualizada às 21h50:

texto da Lusa substituído por notícia do PÚBLICO