Bat Eye: peças de design que são "pedaços de cidades"
O designer Marco Sousa, de 31 anos, criou a empresa de mobiliário de luxo Bat Eye. Exporta 90% da produção e garante que os compradores não discutem o preço. Crise? Nem vê-la
Deixou a Arquitectura e singrou no design. O percurso parece-lhe natural já que “mudar para o que se gosta é sempre uma escolha fácil”, garante Marco Sousa, de 31 anos. Em Setembro de 2011, fundou a Bat Eye, uma empresa de peças de mobiliário para um nicho de mercado. Crise? Nem vê-la.
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Deixou a Arquitectura e singrou no design. O percurso parece-lhe natural já que “mudar para o que se gosta é sempre uma escolha fácil”, garante Marco Sousa, de 31 anos. Em Setembro de 2011, fundou a Bat Eye, uma empresa de peças de mobiliário para um nicho de mercado. Crise? Nem vê-la.
Percorre a cidade com um bloco e uma caneta entre dedos. Quando a inspiração surge, senta-se e desenha. O processo, repetido vezes sem conta, tanto lhe rouba cinco minutos, como cinco horas. Marco – que diz ter ainda muito para desenhar – só quer que as pessoas “levem pedaços de cidades para as suas casas, sob a forma de mobiliário”.
Com um investimento inicial de 20 mil euros, o projecto que casa design com tradição tem sido “um sucesso”, garante. Há peças vendidas que ainda nem sequer foram produzidas: “As pessoas apaixonaram-se logo pelo desenho”, diz, no qual promete privilegiar "excessivamente" o pormenor.
Elevar o mobiliário ao estatuto de arte
Exporta 90% daquilo que produz sobretudo para França, Inglaterra e Itália e garante que os compradores não discutem os preços. São peças de arte “apaixonantes, desafiadoras e requintadas”, refere o criador. A mais barata pode ser arrebatada por 1000 euros. É um candeeiro e chama-se “Ballet”. No extremo oposto há um aparador, o “Silhouette”, inspirado na frente ribeirinha do Porto. Os azulejos e o acabamento em pau-cetim desta peça feita 100 por cento à mão são alguns dos pormenores que podem, eventualmente, justificar o preço - 8000 euros.
A peça mais recente é um cadeirão inserido na “Porto Collection”, que já conta com dez obras. Para fechar a montra desta espécie de tributo à cidade onde nasceu e trabalha, Marco Sousa prevê lançar, até ao final de 2012, um aparador, uma mesa e um biombo.
No próximo ano, Londres ou Paris serão as cidades eleitas do jovem que ambiciona “criar peças de todo o mundo, para todo o mundo”.