John Carter

Mudam-se os títulos, mudam-se os realizadores, mudam-se mesmo as inspirações (aqui o tão démodé Burroughs, o do Tarzan, não o “junkie”), mas o “espectáculo”, na Hollywood contemporânea, deve ser o rolo compressor mais poderoso alguma vez inventado: torna tudo igual, tritura tudo (títulos, realizadores, inspirações), para transformar tudo sempre na mesma coisa. E pela milésima vez, igualzinha às outras 999, lá vai mais um filme que toma o “espectáculo” por um mostruário do state of the art da tecnologia, saltitando entre um jogo de computador e um theme park. Muitas “sensações”, certamente, para quem for ao cinema à procura delas; mas aqui para nós, se se abre muitas vezes a boca durante a projecção, não é de espanto; é para bocejar. (O cinema americano, e talvez o resto todo, precisa urgentemente de uma injecção de sangue adulto).

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Mudam-se os títulos, mudam-se os realizadores, mudam-se mesmo as inspirações (aqui o tão démodé Burroughs, o do Tarzan, não o “junkie”), mas o “espectáculo”, na Hollywood contemporânea, deve ser o rolo compressor mais poderoso alguma vez inventado: torna tudo igual, tritura tudo (títulos, realizadores, inspirações), para transformar tudo sempre na mesma coisa. E pela milésima vez, igualzinha às outras 999, lá vai mais um filme que toma o “espectáculo” por um mostruário do state of the art da tecnologia, saltitando entre um jogo de computador e um theme park. Muitas “sensações”, certamente, para quem for ao cinema à procura delas; mas aqui para nós, se se abre muitas vezes a boca durante a projecção, não é de espanto; é para bocejar. (O cinema americano, e talvez o resto todo, precisa urgentemente de uma injecção de sangue adulto).