Bispo de Beja lamenta falta de orações para pedir chuva
“Noutros tempos já se teriam levantado súplicas ao céu a implorar a graça da chuva”, mas “parece que os crentes não se fazem ouvir e a maioria da população não acredita na providência divina, mas somente na previdência de Bruxelas”, refere António Vitalino Dantas, na sua nota semanal enviada à Agência Lusa.
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“Noutros tempos já se teriam levantado súplicas ao céu a implorar a graça da chuva”, mas “parece que os crentes não se fazem ouvir e a maioria da população não acredita na providência divina, mas somente na previdência de Bruxelas”, refere António Vitalino Dantas, na sua nota semanal enviada à Agência Lusa.
Segundo o bispo, “há muitas semanas que a terra não recebe umas pingas de chuva”, os campos “estão secos” e o gado “tem de ser alimentado com rações”, o que “torna a produção agrícola difícil para a maioria dos agricultores”.
Por isso, “já se ouvem pedidos de subsídios da política agrícola europeia” e a ministra da Agricultura “já formulou o pedido” de ajuda à Comissão Europeia, “segundo alguns um pouco tarde”, refere António Vitalino Dantas, desejando que “a seca não seja tão prolongada e calcinante como em 2005”.
No entanto, lamenta, “as recomendações de Jesus no evangelho e de Nossa Senhora aos pastorinhos de Fátima, pedindo oração e sacrifícios pela conversão dos pecadores e pela paz no mundo, não encontram eco nos nossos ouvidos”.
“Os europeus não querem Deus, e muito menos o Deus revelado em Jesus Cristo, nem na Constituição europeia nem nos seus hábitos e comportamentos”, lamenta, questionando: “Tudo dependerá apenas da natureza e do acaso ou haverá a possibilidade de alguma intervenção divina no percurso da nossa história?”.
Neste sentido, “quem tem fé e acredita em Deus (...) não pode ficar mudo perante as necessidades dos seus irmãos”, defende o bispo de Beja, aludindo ao Pai Nosso como “modelo de oração” e através do qual se pede “o pão nosso de cada dia”.
“Algumas pessoas ainda falam da ajuda de S. Pedro, mas parece que com pouca convicção”, lamenta, referindo que “não basta repetir as palavras. É preciso rezá-las, com frequência e intensamente”.
Segundo António Vitalino Dantas, “embora o primeiro efeito da oração seja conformar a nossa vontade com a de Deus e adquirir uma confiança profunda no poder de Deus”, rezar “não é resignação, mas reforço da capacidade de superação dos obstáculos”.