Alargamento a 18 clubes sem despromoções abre frente de batalha
Houve duas propostas a votação com sortes distintas. Passou a do alargamento do número de participantes na Liga (31 votos a favor, 15 contra e duas abstenções), chumbou a do formato que permitiria esse desiderato (29 votos contra, 17 a favor e duas abstenções). Ou seja, a ideia defendida por Mário Figueiredo (presidente da LPFP), de promover uma “liguinha” entre os dois últimos classificados da I Liga e o terceiro e quarto classificados da Liga de Honra, caiu por terra. Conclusão? A alternativa encontrada passa por não haver descidas de divisão no final da presente época desportiva.
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Houve duas propostas a votação com sortes distintas. Passou a do alargamento do número de participantes na Liga (31 votos a favor, 15 contra e duas abstenções), chumbou a do formato que permitiria esse desiderato (29 votos contra, 17 a favor e duas abstenções). Ou seja, a ideia defendida por Mário Figueiredo (presidente da LPFP), de promover uma “liguinha” entre os dois últimos classificados da I Liga e o terceiro e quarto classificados da Liga de Honra, caiu por terra. Conclusão? A alternativa encontrada passa por não haver descidas de divisão no final da presente época desportiva.
Um cenário que é liminarmente rejeitado pelo Sporting. À saída da reunião, já perto das 23h, Luís Duque manifestou totais reservas sobre a viabilidade desta decisão: “Não acredito que seja isso que vai acontecer, porque isso põe em causa o edifício do futebol português. Votámos contra e não acreditamos que entre em vigor porque cremos que é ilegal”, explicou o representante dos “leões”. “Da Liga isto ainda passa para a federação [FPF]. E há ainda o recurso aos tribunais, por isso penso que esta modalidade não irá passar”, acrescentou.
Posição semelhante, embora com um discurso mais radical, é a do Nacional da Madeira. O clube, que, à imagem do Sporting (os “leões” contestavam o timing da entrada em vigor da medida e o delicado momento económico-financeiro que os clubes atravessam), votou contra o alargamento, manifestou total desagrado face ao modelo encontrado.
“Isto é uma caldeirada. Hoje foi a promoção completa da ilegalidade, promovida pelo presidente da Liga e por um conjunto de clubes que envergonham o futebol nacional e produziram nos bastidores actuações no sentido de perverter a verdade desportiva. Não é admissível que uma competição se dispute sem penalização e valorização do mérito”, defendeu Rui Alves, presidente do clube insular, anunciando que “irá impugnar todos os pontos” desta assembleia geral.
Contra a proposta de alargamento votou ainda o FC Porto. O representante dos campeões nacionais acabou por fazer uma declaração de voto onde deu conta da oposição dos “dragões”.
Uma das bandeiras de campanha de Mário Figueiredo na recente corrida à presidência da LPFP, o tema do alargamento gerou sempre algum mal-estar. Chumbada a proposta de uma “liguinha”, o dirigente acabou por ficar com o modelo da não despromoção dos últimos classificados em mãos. Em conferência de imprensa ao final do dia, Figueiredo preferiu falar em clubes “repescados”, mas o efeito prático é o mesmo.
É justamente este formato que o Sporting contesta com veemência: “Ficou decidido que não descia ninguém nas duas Ligas [profissionais]. Que espectáculo é que nos resta até ao fim da época? Isto era manchar a verdade desportiva”, rebateu Luís Duque, insistindo que as condições para avançar com esta decisão “não são, nesta altura, as mais favoráveis”. “O mais grave é alterarem-se as regras a meio do campeonato”, enfatizou.
Independentemente da posição de força dos opositores, a proposta aprovada seguirá agora os trâmites normais, o que significa que terá ainda de ser aprovada pela Federação Portuguesa de Futebol. Tendo em conta as ameaças de alguns dirigentes, é muito provável que a batalha jurídica em torno de um dos temas mais quentes do futebol português esteja apenas a começar.
Notícia actualizada às 23h36