Novo teste de detecção do vírus do papiloma humano pode ser feito em casa
Denominado “Teste da Mulher” e dirigido especialmente a mulheres com mais de trinta anos – “as que correm maior risco de desenvolver o cancro do colo do útero” –, é o primeiro método em Portugal que permite a auto-colheita e “é mais robusto e rápido do que o método clássico – teste de Papanicolau [citologia] – para detectar a presença do HPV”, lê-se numa nota de imprensa da Universidade de Coimbra (UC).
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Denominado “Teste da Mulher” e dirigido especialmente a mulheres com mais de trinta anos – “as que correm maior risco de desenvolver o cancro do colo do útero” –, é o primeiro método em Portugal que permite a auto-colheita e “é mais robusto e rápido do que o método clássico – teste de Papanicolau [citologia] – para detectar a presença do HPV”, lê-se numa nota de imprensa da Universidade de Coimbra (UC).
O novo método foi concebido ao longo dos últimos cinco anos pela Infogene, empresa biotecnológica formada por investigadores da UC, e consiste num estojo (“kit”) de auto-colheita e por um teste de detecção precoce do HPV.
O que o torna único – segundo a mesma nota da assessoria de imprensa da UC – é o facto de ser “um teste muito específico, capaz de identificar os 12 tipos de HPV de alto risco responsáveis pela infecção persistente que causa o cancro do colo uterino e de, em caso de resultado negativo, garantir à mulher um período de tranquilidade três vezes mais dilatado do que o método convencional”, explica Rui Costa, director executivo da Infogene, citado no documento.
Segundo Rui Costa, “é um método rápido, simples e seguro, cumprindo todas as normas” da União Europeia.
“A mulher, em qualquer momento, com conforto e na sua intimidade, pode efectuar a colheita e enviar para análise. O estojo engloba um dispositivo em forma de ‘varinha’ com uma porção de colheita, um tubo de transporte, um envelope pré-pago para envio da amostra, um folheto de instruções e um formulário de requisição. Após a colheita, a porção de colheita é colocada no tubo de transporte e este é enviado para o laboratório”, adianta.
Numa primeira fase, o “Teste da Mulher” pode ser adquirido em laboratórios de análises clínicas, mas o objectivo é que, a curto prazo, esteja também disponível em farmácias.
Rui Costa disse à Agência Lusa que em Portugal este é o primeiro método deste tipo a ser comercializado, embora já existam sistemas idênticos noutros países.
“Nas mulheres acima dos 30 anos, estudos indicam que este teste é mais sensível na detecção precoce do cancro do colo do útero do que a citologia”, afirmou, ao adiantar que espera “uma boa receptividade dos ginecologistas” ao novo método.
Segundo a mesma nota da UC, esta solução foi validada no Hospital Universitário de Uppsala (Suécia), através de um estudo comparativo com o teste de Papanicolau, em que participaram quatro mil mulheres.
O cancro do colo do útero é o segundo tipo de cancro mais frequente nas mulheres a nível mundial.
Incubada no Instituto Pedro Nunes da Universidade de Coimbra, a Infogene nasceu em 2006 e é especializada no desenvolvimento de métodos não invasivos de detecção precoce do cancro.