Daniel Mira, da área comercial à pintura

Durante 13 anos andou pelo mundo corporativo, onde passou pela área comercial e geriu um departamento numa empresa de jactos privados. Afastado das empresas – em consequência de uma grande reestruturação –, Daniel virou-se para a arte

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No final do ano lectivo, Daniel Mira estava a desenhar numa aula, como era seu costume, quando o professor reparou nos seus desenhos e o incentivou a expô-los. “E assim foi descoberto o meu trabalho”, conta o estudante de Psicologia que, agora, vai expor trabalhos numa galeria em Los Angeles. Foi também assim que os desenhos saíram da gaveta para as paredes do ISPA.

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No final do ano lectivo, Daniel Mira estava a desenhar numa aula, como era seu costume, quando o professor reparou nos seus desenhos e o incentivou a expô-los. “E assim foi descoberto o meu trabalho”, conta o estudante de Psicologia que, agora, vai expor trabalhos numa galeria em Los Angeles. Foi também assim que os desenhos saíram da gaveta para as paredes do ISPA.

“Já tinha muitas coisas feitas em casa, em tamanho A3, A4. Tinha muitas coisas na gaveta, mas nunca tinha mostrado a ninguém” A exposição, na galeria do instituto, foi inaugurada em Dezembro de 2011. “Eu não sabia que tinha nível, então nunca tinha pensado em fazer uma exposição”, diz Daniel. “Fiquei empolgadíssimo”.

Os temas que passa para o papel são os mais variados. Pinta sobre coisas triviais, do dia-a-dia, temas de política, a crise, a situação económica, a religião, a sexualidade e a própria Psicologia. Criado num ambiente religioso, da igreja Protestante, as regras sempre fizeram parte da vida de Daniel. É um pouco por isso que surge o Rúben, personagem artística criada para estabelecer uma separação com o mundo das regras: “Quando de manhã me visto para ir desenhar ou pintar, sou o Rúben. É um exercício, uso o meu nome do meio”.

Da área comercial à arte

Durante 13 anos andou pelo mundo corporativo, onde passou pela área comercial e geriu um departamento numa empresa de jactos privados. Afastado das empresas – em consequência de uma grande reestruturação –, virou-se para a arte.

“Olhando para trás consigo perceber a razão por que a arte surge nessa altura, em 2010, estava numa crise pessoal”, diz. Foi a oportunidade para ingressar no ensino superior e frequentar o curso de Psicologia que desde sempre quis fazer.

Rúben encontrou no desenho e na pintura um campo onde podia expressar-se sem preocupações com o protocolo, sem regras, sem os códigos a que estava habituado.  “E decidi que a minha arte não tem nada disso, não tem qualquer interesse em proporções, em linhas certas”, explica.