Ministro australiano dos Negócios Estrangeiros pediu a demissão
Esta “guerra aberta” entre Rudd e Gillard está a dividir os trabalhistas: Rudd é mais popular entre os votantes mas a primeira-ministra é fortemente apreciada no seio do seu partido e facilmente venceria eleições internas, o que poderá desenhar-se daqui a muito pouco tempo.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Esta “guerra aberta” entre Rudd e Gillard está a dividir os trabalhistas: Rudd é mais popular entre os votantes mas a primeira-ministra é fortemente apreciada no seio do seu partido e facilmente venceria eleições internas, o que poderá desenhar-se daqui a muito pouco tempo.
Na semana passada alguns ministros mais seniores tinham instado Gillard a demitir Rudd por causa da animosidade crescente entre os dois.
“A verdade é que eu não posso continuar a servir como ministro dos Negócios Estrangeiros se não tiver o apoio da primeira-ministra”, disse Rudd numa conferência de imprensa. “A única atitude honrosa é pedir a demissão”, acrescentou.
“Tenho pena que as preocupações que Kevin Rudd expressou esta noite (na noite em que apresentou a demissão) nunca me tenham sido apresentadas a mim, pessoalmente, nem que nunca me tenha contactado para debatermos a sua demissão antes de ele tomar essa decisão”, disse por seu lado Gillard num breve comentário à saída do ministro.
O vice-primeiro-ministro australiano, Wayne Swan, foi mais crítico e acusou Rudd de falta de lealdade e de querer minar o governo.
Os apoiantes de Rudd acreditam que só ele poderá parar a hemorragia de votantes que se estão a voltar para a oposição, a coligação conservadora liderada por Tony Abbott.
Kevin Rudd foi primeiro-ministro da Austrália entre 2007 e 2010. Contestado pela sua gestão autoritária, acabou por ser afastado do poder e substituído por Julia Gillard.
Em dificuldades nas sondagens e criticada por ter introduzido uma taxa contra as empresas poluentes, Gillard proibiu recentemente os seus ministros de falaram aos directores de grandes jornais sem o seu consentimento prévio.