Eurogrupo adia decisão sobre resgate da Grécia
Agendada para esta quarta-feira, a reunião do eurogrupo acabou por ser adiada para a próxima segunda-feira, 20 de Fevereiro, prolongando a agonia da Grécia, cuja economia vai de mal a pior. Pressionado por um pagamento de 14.500 milhões de euros, relativo a títulos de dívida que vencem a 20 de Março, o Governo grego anunciou no fim-de-semana um acordo entre os partidos da coligação governamental para dar como contrapartida a um novo resgate internacional.
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Agendada para esta quarta-feira, a reunião do eurogrupo acabou por ser adiada para a próxima segunda-feira, 20 de Fevereiro, prolongando a agonia da Grécia, cuja economia vai de mal a pior. Pressionado por um pagamento de 14.500 milhões de euros, relativo a títulos de dívida que vencem a 20 de Março, o Governo grego anunciou no fim-de-semana um acordo entre os partidos da coligação governamental para dar como contrapartida a um novo resgate internacional.
Porém, há um corte de 325 milhões de euros que continua pendente, por definir, e segundo a imprensa económica desta manhã, o próprio presidente do Eurogrupo e primeiro-ministro do Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, referiu que o adiamento da reunião que estava prevista para esta quarta-feira fica a dever-se à “falha continuada dos líderes políticos da Grécia em assumir um compromisso com as duras condições do resgate”.
De acordo com o Financial Times, este atraso eleva o risco de incumprimento da Grécia e coloca em foco ainda mais as divisões entre os governos da zona euro. Olli Rehn, comissário europeu para os assuntos financeiros e económicos, é da opinião de que o default grego teria “consequências devastadoras”. Mas de acordo com o mesmo jornal, há países que já não confiam num cenário em que a Grécia assuma os seus deveres. O mesmo periódico refere que responsáveis políticos da “linha dura” da Alemanha, da Holanda e da Finlândia prevêem e exigem a bancarrota da Grécia, acrescentando que são as economias que ainda conservam os ratings de triplo A que estão pouco confiantes no parceiro grego.
Wolfgang Schäuble, ministro alemão das Finanças, disse, por exemplo, na segunda-feira, que a zona euro estaria “melhor preparada agora do que há dois anos” para lidar com uma eventual bancarrota, porque os países da moeda única conseguiram, entretanto, organizar-se com as ferramentas necessárias para evitar um contágio.
O acordo grego, anunciado na segunda-feira de madrugada, desencadeou uma onda de violência em Atenas e Salónica. O corte de direitos dos trabalhadores gregos deixou um sabor amargo no país, que destilou a angústia contra edifícios da capital, que foram incendiados, durante tumultos e confrontos com a polícia.
A proximidade das eleições gregas, marcadas para Abril, também não está a facilitar a definição de posições na Grécia. Antonis Samaras, do partido de centro-direita Nova Democracia, por exemplo, subscreveu o acordo exigido pela zona euro, mas prometeu que o renegociaria em Abril, se for eleito primeiro-ministro.
Uma posição que deixa outros governos da zona euro de pé atrás – até porque neste momento há 325 milhões em poupanças que continuam por definir, apesar dos fortes ajustamentos já prometidos pelos gregos. “Enquanto não tivermos tudo preto no branco num papel, com garantias reais da Grécia, não podemos tomar qualquer decisão”, afirmou o ministro holandês das Finanças, Jan Kees de Jager, citado pelo Financial Times.