Caleidoscópio definha à espera da prometida transformação
As fachadas com vidros partidos ostentam ainda os letreiros de negócios há muito fechados, incluindo o da discoteca Nell"s que saltou para as páginas dos jornais quando dois seguranças foram baleados à porta, e até a ementa de um restaurante. O último estabelecimento a fechar foi a Livraria Escolar Editora, que se mudou para a Faculdade de Ciências com a promessa de regressar quando as obras, que ainda não saíram do papel, chegarem ao fim.
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As fachadas com vidros partidos ostentam ainda os letreiros de negócios há muito fechados, incluindo o da discoteca Nell"s que saltou para as páginas dos jornais quando dois seguranças foram baleados à porta, e até a ementa de um restaurante. O último estabelecimento a fechar foi a Livraria Escolar Editora, que se mudou para a Faculdade de Ciências com a promessa de regressar quando as obras, que ainda não saíram do papel, chegarem ao fim.
Em Março de 2011 o antigo centro comercial, que entre os anos 70 e 90 do séculos XX atraía um grande número de estudantes das faculdades vizinhas, foi cedido pelo município à Universidade de Lisboa, para que ali instalasse um centro académico com um auditório, uma sala de ensaios, oito gabinetes e seis salas de trabalho, tudo na cave. No rés-do-chão, haveria além da livraria uma cafetaria com esplanada, uma "loja do estudante" e um espaço de exposições temporárias, enquanto no último piso do complexo surgiriam um restaurante e uma sala de estudo.
Segundo o anúncio feito na altura pelo presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, esta "âncora" pensada para "devolver vida" ao Jardim do Campo Grande estaria pronta até Junho deste ano. Mas a verdade é que as obras tardam em começar e a degradação do espaço se acentua a cada dia, num processo que é aliás acompanhado por boa parte dos equipamentos deste espaço verde, como comprovam as paredes cheias de rabiscos do edifício de apoio do ringue e as grades enferrujadas dos dois campos de ténis.
Questionado sobre o caso do Caleidoscópio, o reitor da Universidade de Lisboa fez saber que "as obras devem começar até ao Verão" e justificou o atraso com "dificuldades financeiras do país e da universidade". Em respostas escritas ao PÚBLICO, António Nóvoa explicou que está em causa um investimento de 1,5 milhões de euros e frisou que "tudo terá de ser feito numa base de sustentabilidade financeira, sem investimentos públicos". A expectativa do reitor é que o centro universitário seja inaugurado "dentro de um ano". A empreitada, diz, está "em fase de concurso e adjudicação".
Também atrasadas em relação ao anúncio feito em 2011 estão as obras de recuperação da parcela Norte do Jardim do Campo Grande, que deverão incluir a criação de um "parque de recreio canino" e de "uma praça de jogos matemáticos". O vereador dos Espaços Verdes, José Sá Fernandes, garante que a empreitada será adjudicada "em breve", esperando-se que esteja concluída "no princípio do ano que vem".
À espera terá de continuar a parcela Sul deste jardim, entre as avenidas do Brasil e Estados Unidos da América, onde existe um parque infantil e uma piscina municipal abandonada. O projecto de requalificação está ainda a ser elaborado e Sá Fernandes acredita que ao longo de 2013 possa ser concretizado no terreno.