Vega foi lançado e a família europeia de foguetões ficou completa
O Vega foi desenhado para carregar para o espaço satélites pequenos que a Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês). O foguetão de 30 metros foi desenhado para levar várias cargas com um peso total entre os 300 quilos e 2,5 toneladas a órbitas que fiquem entre os 300 e os 1500 quilómetros de altitude.
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O Vega foi desenhado para carregar para o espaço satélites pequenos que a Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês). O foguetão de 30 metros foi desenhado para levar várias cargas com um peso total entre os 300 quilos e 2,5 toneladas a órbitas que fiquem entre os 300 e os 1500 quilómetros de altitude.
“Um novo membro da família dos foguetões nasceu”, disse Jean-Jacques Dordain, director geral da ESA, onde estão representados 19 países. “Temos o Ariane, o Soyuz e o Vega, uma bela família”, disse, dando depois os parabéns à Itália, que foram os grandes responsáveis pelo projecto. “Fatto!”, disse, o que em italiano significa “Feito!”. O lançamento durou 81 minutos, tempo suficiente para testar a máquina e colocar os vários satélites a girar à volta da Terra.
À Europa, faltava um foguetão que levasse as cargas menos pesadas. O Ariane 5 consegue carregar um peso total de 20 toneladas e o foguetão russo Soyuz é capaz de levar um peso intermédio.
“Vega vai ser extremamente importante para o Arianespace porque em poucos anos vai ser o único foguetão no mercado com a sua capacidade”, disse Jean-Yves Le Gall, responsável pela Arianespace, a empresa que comercializa as naves da ESA.
O foguetão, que tem o nome da segunda estrela mais brilhante do Hemisfério Norte, custou 776 milhões de euros, 60% do financiamento foi coberto pela Itália. É fino e leve, e para colocar os satélites no espaço foi desenhado com quatro compartimentos diferentes para o combustível. Três têm combustível sólido, que se vão libertando durante a subida à medida que são gastos. O quarto tem um fornecimento de combustível líquido, o que permite ao veículo chegar à órbita correcta através de empurrões.
Até agora, a ESA estava dependente dos russos para colocar pequenas cargas no espaço, o que normalmente corresponde a satélites de observação da Terra. Estas pequenas cargas eram lançadas em mísseis nucleares que foram convertidos. Muitas vezes as equipas europeias tinham que esperar algum tempo pela janela de oportunidade de lançamento, atrasando as experiências e deixando o dinheiro de fora do círculo da ESA.
Mas a mudança começou nesta manhã. Vega já transportou vários satélites que vão fazer ciência. O Lares (Laser Relativity Satellite), desenvolvido pela Agência Espacial Italiana, de 400 quilos, vai observar o fenómeno derivado da teoria da relatividade Einstein e que se chama efeito de Lense-Thirring. Este efeito diz que a Terra, no seu movimento de rotação, arrasta consigo o tempo e o espaço à volta. O Lares foi colocado a 1450 quilómetros de altitude, 55 minutos depois do lançamento de Vega.
O outro grande satélite, AlmaSat-1, vai testar novas tecnologias terrestres. Os restantes aparelhos são pequenos cubos com um quilo, desenvolvidos por Universidades europeias para missões científicas independentes.
Notícia corrigida às 16h50