TripAdvisor impedido de se promover com “críticas em que pode confiar”
Na deliberação, publicada hoje no seu site oficial, a Advertising Standard Authority (ASA) começa por referir que os responsáveis da empresa TripAdvisor afirmaram, em sua defesa, que “nenhum site com críticas de utilizadores consegue garantir que está livre de conteúdo fraudulento”.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Na deliberação, publicada hoje no seu site oficial, a Advertising Standard Authority (ASA) começa por referir que os responsáveis da empresa TripAdvisor afirmaram, em sua defesa, que “nenhum site com críticas de utilizadores consegue garantir que está livre de conteúdo fraudulento”.
Apesar desta evidência técnica, a ASA sublinha que o TripAdvisor garantiu também que utiliza “sistemas de detecção de fraude avançados e altamente eficientes e que dedica recursos substanciais à identificação e minimização de qualquer conteúdo que não seja genuíno”.
Assim, a autoridade que regula a publicidade no Reino Unido considera que frases como “Críticas em que pode confiar” e “Mais de 50 milhões de críticas de viagens confiáveis e opiniões de verdadeiros viajantes de todo o mundo” levam os utilizadores a acreditar que o site “dá garantias de que todas as críticas publicadas são genuínas e reflectem as experiências daqueles viajantes”.
“Esta decisão deve ser interpretada como uma referência, aplicável a todos os sites que fazem alegações sobre a fiabilidade do conteúdo criado pelos seus utilizadores”, disse à BBC o porta-voz da Advertising Standard Authority, Matthew Wilson.
A ASA levou em conta o facto de os autores de críticas e comentários serem obrigados a declarar que tudo o que iriam escrever correspondia à verdade e que não tinham quaisquer interesses relacionados com os hotéis ou outras instalações em causa – e sublinhou também o empenho da empresa em monitorizar o conteúdo gerado pelos seus utilizadores –, mas baseou a sua decisão num facto: “Concluímos que as críticas podiam ser publicadas no site sem qualquer forma de verificação” e que “era possível a publicação de conteúdo não-genuíno sem ser detectado”.
Em conclusão, a promoção do site “não pode continuar a aparecer na sua forma corrente” e os responsáveis do TripAdvisor foram proibidos de “alegar ou deixar implícito que todas as críticas são de verdadeiros viajantes, honestas, reais ou confiáveis”.
Esta deliberação aplica-se apenas ao endereço tripadvisor.co.uk, pelo que a forma como a empresa se promove junto de utilizadores de outros países poderá continuar sem alterações.