Casaco de pele de lince-ibérico foi posto à venda na Internet por 3000 euros
O casaco foi posto à venda na Internet há dois anos por Enrico Ufreduzzi, que reside em Coloma, Barcelona. “Foi uma prenda que recebi há 30 anos e agora precisava de dinheiro”, disse por telefone ao jornal espanhol El País.
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O casaco foi posto à venda na Internet há dois anos por Enrico Ufreduzzi, que reside em Coloma, Barcelona. “Foi uma prenda que recebi há 30 anos e agora precisava de dinheiro”, disse por telefone ao jornal espanhol El País.
Na semana passada foi contactado por agentes do Ambiente da Catalunha que acabaram por confiscar o casaco. Enrico Ufreduzzi diz-se perplexo e que não sabia que era proibido ter ou vender o artigo. “Disseram-me que fosse buscar facturas e tudo o que estivesse relacionado com o casaco, porque me arrisco a uma multa. Por agora, o casaco já não está comigo”. Ufreduzzi acrescenta que já não tem a certeza se aquela é mesmo pele de lince-ibérico.
Estima-se que a população mundial de lince-ibérico (Lynx pardinus) esteja entre os 84 e os 143 animais adultos, distribuídos em apenas duas populações. Por isso a espécie está classificada como criticamente em perigo pela UICN (União Mundial da Conservação da Natureza) e pelo Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. A espécie é protegida pela lei em Portugal e em Espanha.
O comércio relacionado com o lince-ibérico está abrangido pelas regras da Convenção CITES (Convenção Internacional de espécies ameaçadas de fauna e flora selvagens). O felino está incluído no Anexo 1 desta convenção, o que significa que o comércio apenas é permitido em circunstâncias excepcionais.
Portugal e Espanha têm a decorrer estratégias de reprodução em cativeiro e recuperação de habitats para posteriores reintroduções, incluindo a promoção das populações de coelho-bravo, principal presa do lince.