Portugueses criaram uma aplicação universal e... em mandarim
App criada por portugueses está disponível em seis línguas. Aposta no mandarim já lhe valeu o título de app da semana na iTunes Store chinesa
Qual o truque para conseguir vender uma aplicação com o mesmo nível de sucesso em países e culturas tão diferentes como os Estados Unidos, a China ou o Brasil? O tema, a história do Universo, tem, assuma-se o pleonasmo, um interesse universal – ou quase, excluindo correntes mais radicais, como os que acreditam que Deus criou o Universo e a Terra em sete dias, por exemplo. Mas isso não chega.
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Qual o truque para conseguir vender uma aplicação com o mesmo nível de sucesso em países e culturas tão diferentes como os Estados Unidos, a China ou o Brasil? O tema, a história do Universo, tem, assuma-se o pleonasmo, um interesse universal – ou quase, excluindo correntes mais radicais, como os que acreditam que Deus criou o Universo e a Terra em sete dias, por exemplo. Mas isso não chega.
“Tivemos muito cuidado em desenhar a aplicação para uma aceitação universal, tentamos abordar todas as crenças religiosas de igual modo, não focando em nenhuma especificamente, procuramos destacar todas as civilizações e não apenas as ocidentais."
"Procuramos também que os textos da aplicação fossem acessíveis a uma larga faixa etária, de forma a incluir jovens e adultos, e ainda incluímos múltiplos idiomas (inglês, mandarim, português, espanhol, francês e alemão)”, argumenta Susana Landolt, directora-geral da Landka, empresa que criou a app Back In Time.
A complexidade do mandarim
A aposta no mandarim já lhes valeu o título de aplicação da semana na iTunes Store chinesa, abrindo à empresa um dos maiores mercados de utilizadores de iPhone e iPad, a par do norte-americano e dos restantes países anglo-saxônicos.
“O problema é que o desenvolvimento em mandarim é muito complexo e obriga a um grande investimento, não só na tradução, mas em tempo de desenvolvimento: a numeração funciona em moldes diferentes do ocidental e a elevada complexidade dos caracteres obriga ao redesenho de muitos elementos gráficos”, justifica Susana.
A atenção da própria Apple também ajudou a garantir a atenção dos utilizadores, que de outra forma facilmente se perderiam entre as mais de 25.000 aplicações lançadas mensalmente.
“No nosso caso isto marcou toda a diferença, mas só foi possível pelo detalhe colocado em todas as vertentes do desenvolvimento. Tudo foi pensado e repensado várias vezes até à solução final”, frisa Susana Landolt, dando conta que a Landka não está sozinha a produzir este tipo de aplicações. A verdade é que é um mercado muito competitivo. Estão presentes grandes editoras como a Touch Press, a Disney, Random House,.... pelo que não esperávamos que [o sucesso] fosse tão rápido”, admite.