Cavaco diz que as reformas dele não chegarão para pagar despesas

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Presidente da República inaugurou hoje no Porto novas instalações universitárias Foto: Adriano Miranda

Em declarações aos jornalistas no final da primeira etapa da visita de dois dias que está a fazer ao Porto, Santo Tirso, Famalicão e Guimarães, o Presidente da República recusou pronunciar-se sobre as recentes nomeações políticas para a EDP, afirmando que não devia expressar a sua opinião.

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Em declarações aos jornalistas no final da primeira etapa da visita de dois dias que está a fazer ao Porto, Santo Tirso, Famalicão e Guimarães, o Presidente da República recusou pronunciar-se sobre as recentes nomeações políticas para a EDP, afirmando que não devia expressar a sua opinião.

“Como Presidente da República não tenho qualquer intervenção em qualquer nomeação para cargos empresariais ou para cargos na administração pública. É uma matéria que é totalmente da competência de outros cargos ou da competência de accionistas não devo, de facto, de expressar a minha opinião”.

No turbilhão de perguntas que os jornalistas lhe colocaram, a que criou maior embaraço a Cavaco foi a que teve a ver com o facto de o chefe de Estado receber subsídio de férias e de Natal, como reformado do Banco de Portugal. O Presidente da República olhou o jornalista durante alguns instantes e depois de fazer uma prolongada pausa disse: “Vou responder.”

“Neste momento já sei quanto é que irei receber da Caixa Geral de Aposentações. Descontei quase 40 anos uma parte do meu salários para a CGA como professor universitário e também descontei durante alguns 30 anos como investigador da Fundação Calouste Gulbenkian e devo receber 1300 por mês, não sei se ouviu bem 1300 euros por mês”, disse Cavaco, olhando o jornalista. “Tudo somado, o que irei receber do Fundo de Pensões do Banco de Portugal e da Caixa Geral de Aposentações quase de certeza que não vai chegar para pagar as minhas despesas porque como sabe eu também não recebo vencimento como Presidente da República”, disse Cavaco.

Porém, o Presidente da República não esclareceu o valor da pensão relativa ao Banco de Portugal (BdeP).

Mas uma fonte não oficial do Banco de Portugal assegurou ao PÚBLICO que Cavaco Silva nunca deixou de descontar para o fundo de pensões do BdeP. Está acima do nível 18, o que equivale a uma pensão entre os 4.000 e os 6.000 euros por mês.

Refira-se que a pensão máxima do Banco de Portugal ronda os 8.000 mil euros.

Há precisamente um ano, o chefe de Estado decidiu prescindir do seu vencimentos como Presidente da República, no valor de 6.523 euros, e hoje, em declarações aos jornalistas, no final de uma visita ao gabinete do munícipe da Câmara do Porto, Cavaco fez questão de referir que não recebia qualquer vencimento pelas suas funções.

A decisão do Presidente surgiu depois da aprovação da legislação que põe fim à acumulação de pensões com vencimentos do estado, a partir de 1 de Janeiro de 2011.O Presidente da República acumula duas pensões, a de professor catedrático na Universidade Nova de Lisboa e a de reformado do Banco de Portugal, que totalizam cerca de dez mil euros.

Notícia actualizada às 17h39