Teatro Académico de Gil Vicente cria Centro de Dramaturgia Contemporânea
Nova estrutura iniciou actividade esta semana. Apoio a dramaturgos que "enfrentam dificuldades em serem representados" é um dos objectivos
O Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) criou um Centro de Dramaturgia Contemporânea ligado à Universidade de Coimbra (UC), para promover a formação, criação, divulgação e reflexão sobre o teatro.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) criou um Centro de Dramaturgia Contemporânea ligado à Universidade de Coimbra (UC), para promover a formação, criação, divulgação e reflexão sobre o teatro.
Esta nova estrutura deu esta semana início às suas actividades através de oficinas de formação e da apresentação do espectáculo “Tristeza e Alegria na Vida das Girafas”, de Tiago Rodrigues, o primeiro dramaturgo residente daquele centro. A figura do dramaturgo residente do Centro de Dramaturgia Contemporânea é uma das fortes apostas deste projecto, a quem caberá dinamizar durante um ano actividades de formação, de criação e reflexão em parceria com o Curso de Estudos Artísticos da Faculdade de Letras da UC.
Tiago Rodrigues disse à agência Lusa que este centro vem criar condições para que os autores portugueses possam escrever mais regularmente, “ter um pensamento crítico à volta deles, terem gente interessada em discutir e reler e montar as suas peças”. Realça ainda a importância que este projecto pode ter para “dramaturgos que estão no activo, mas que muitas vezes enfrentam dificuldades em serem representados”, de verem os seus trabalhos levados à cena e editados. “Este Centro de Dramaturgia Contemporânea vem colmatar uma lacuna e vem iniciar, aquilo que eu espero que seja, um tipo de iniciativa que se repita em outros teatros” portugueses, salientou.
Interligação com investigação e ensino
Esta semana, Tiago Rodrigues começou a ministrar uma oficina intitulada “Como falhar em grande”, que terá outros dois “capítulos” a 25 de Fevereiro e 28 de Abril. Para Abril, o dramaturgo tem previsto apresentar a produção “Se uma janela se abrisse”, que se integra num conjunto de outros eventos a dinamizar ao longo do ano, nomeadamente leituras encenadas e edição de um volume de textos.
Sendo o centro o resultado de uma parceria entre o TAGV, uma estrutura cultural da Universidade de Coimbra, e o curso de estudos artísticos da Faculdade de Letras da UC, muitas das atividades a desenvolver estarão interligadas, nomeadamente, com a investigação e ensino. Um dos projectos a dinamizar em conjunto é ao nível documental, que consiste na criação de um arquivo digital de dramaturgia contemporânea, contendo fichas individuais de cada autor e uma selecção de textos escolhidos por um conselho de leitura.
Mickael de Oliveira, director adjunto do Teatro Académico de Gil Vicente, revelou à agência Lusa que a edição de textos contemporâneos para teatro, com a chancela da Imprensa da Universidade de Coimbra, estará mais vocacionada para a “produção nacional”. A constituição de um laboratório de dramaturgia, com vertentes de criação e investigação, e a realização de um seminário anual para jovens dramaturgos, com participantes nacionais e estrangeiros, são outras vertentes deste projecto.