Artista dos azulejos ataca em Oeiras e cria “Rua Isaltino Morais”

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A Rua 7 de Junho de 1759, no centro da vila, passou esta semana a ostentar uma placa toponímica que a identifica como “Rua Isaltino Morais (corrupto, criminoso, político)”, numa clara alusão ao processo judicial em que o presidente da Câmara de Oeiras foi condenado a uma pena de prisão efectiva, embora continue em liberdade.

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A Rua 7 de Junho de 1759, no centro da vila, passou esta semana a ostentar uma placa toponímica que a identifica como “Rua Isaltino Morais (corrupto, criminoso, político)”, numa clara alusão ao processo judicial em que o presidente da Câmara de Oeiras foi condenado a uma pena de prisão efectiva, embora continue em liberdade.

A falsa placa toponímica foi, desta vez, colocada sobre a verdadeira, ocultando-a, podendo, por isso, ser considerada uma infracção contra bens públicos. O painel é constituído por apenas dois azulejos decorados com motivos tradicionais em azul e amarelo (a placa do “Largo José Sócrates”, no Porto, era constituídas por seis azulejos).

Contactada pelo PÚBLICO, fonte do gabinete de comunicação da Câmara de Oeiras disse ter tomado conhecimento da existência da placa pela notícia publicada no Correio da Manhã, ignorando, porém, se a autarquia vai proceder à remoção da “obra”, tal como sucedeu no Porto com a placa relativa ao “Largo José Sócrates”.

A Rua 7 de Junho de 1759 evoca o dia em que D. José I assinou a carta régia que outorgou ao Marquês do Pombal a jurisdição sobre a vila de Oeiras e das terras onde, um mês depois, veio a ser criado o concelho de Oeiras.

Em declarações recentes ao PÚBLICO, o artista anónimo que tem instalado obras do género em vários locais, como as imediações da Assembleia da República e da Câmara Municipal do Porto, definiu-se como um autor de arte pública, mais do que como um activista político. “Mas é normal que a arte pública procure uma reacção e, nesse sentido, é também política”, acrescentou. Trata-se de um cidadão estrangeiro radicado em Portugal há 27 anos.