Martha Marcy May Marlene
Não é totalmente desprovido de qualquer coisa que é comum encontrar no “cinema independente americano”, qualquer coisa entre o tique e a artimanha que parece lá estar para cavar (sublinhar, assinar) a evidência de um olhar pessoal (ou, justamente, “independente”) mas acaba na prática por se confundir com uma pose, uma afectação a meio caminho da sobranceria. É o que nos refreia o interesse em (por exemplo) Kelly Reichardt, é o que nos limita o entusiasmo por “Martha Marcy May Marlene”. Um bom filme, obstinado como a protagonista (Elisabeth Olsen, excelente de fotogenia “conflituosa”, por vezes mesmo “refractária”) se obstina em mergulhar numa loucura indefinível, onde tudo é gélido, geométrico e impiedoso (de certa forma, este filme é que é o “remake” americano conseguido dos “Funny Games” de Haneke).
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Não é totalmente desprovido de qualquer coisa que é comum encontrar no “cinema independente americano”, qualquer coisa entre o tique e a artimanha que parece lá estar para cavar (sublinhar, assinar) a evidência de um olhar pessoal (ou, justamente, “independente”) mas acaba na prática por se confundir com uma pose, uma afectação a meio caminho da sobranceria. É o que nos refreia o interesse em (por exemplo) Kelly Reichardt, é o que nos limita o entusiasmo por “Martha Marcy May Marlene”. Um bom filme, obstinado como a protagonista (Elisabeth Olsen, excelente de fotogenia “conflituosa”, por vezes mesmo “refractária”) se obstina em mergulhar numa loucura indefinível, onde tudo é gélido, geométrico e impiedoso (de certa forma, este filme é que é o “remake” americano conseguido dos “Funny Games” de Haneke).