Hip-hop: elas são MC e 2012 é o ano delas

Iggy Azalea, Kreayshawn, K.Flay e Azealia Banks. Estão todas na casa dos 20 e são promessas internacionais

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Não existe "hip-hop para meninas". Lauryn Hill e Missy Elliot (quatro palavras: "Get Ur Freak On"), só para citar dois exemplos, provaram-no. E quem se lembra de M.I.A. em cima de um elefante a lançar rimas sobre o "Eixo do Mal" e o terrorismo, colocando o Sri Lanka no mapa da cena musical. De facto, não é novo - e ainda bem - ver mulheres a empunhar um microfone, sem tropeçar em "beats" ou palavrões. Em Portugal, o hip-hop também está a mudar por culpa delas. E o que dizer de miúdas como Iggy Azalea, Kreayshawn e K.Flay? E, já agora, Azealia Banks?

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Não existe "hip-hop para meninas". Lauryn Hill e Missy Elliot (quatro palavras: "Get Ur Freak On"), só para citar dois exemplos, provaram-no. E quem se lembra de M.I.A. em cima de um elefante a lançar rimas sobre o "Eixo do Mal" e o terrorismo, colocando o Sri Lanka no mapa da cena musical. De facto, não é novo - e ainda bem - ver mulheres a empunhar um microfone, sem tropeçar em "beats" ou palavrões. Em Portugal, o hip-hop também está a mudar por culpa delas. E o que dizer de miúdas como Iggy Azalea, Kreayshawn e K.Flay? E, já agora, Azealia Banks?

As quatro são jovens, tão jovens que provocam o desdém dos puristas do rap. Bem ou não, abrem as fronteiras do hip-hop puro e duro para um ambiente dançável, sexy, electrónico. Falam de sexo, do Tupac, da Madonna e do Iggy Pop, e de mulheres como elas. Não inventaram nada de novo, mas derrubam muitos estereótipos. Mostram que as brancas também são "rappers" e que, como dizia o outro, "ser jovem não é um posto". São MC, mulheres, e 2012 pode bem ser o ano delas. 

Iggy, "queen of the West Coast" 

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K.Flay, a MC indie DR

Iggy Azalea, por exemplo, é uma mescla de paradoxos. Tinha tudo para correr mal, mas, aos 21 anos, já foi coroada pelo Snoop Dogg como a "rainha da Costa Oeste". Está certo, não é um Grammy, mas quem precisa de maior reconhecimento?

Australiana, foi para os EUA em busca do sonho americano. Parece que o encontrou. Confiante, dominadora, sexy, atrevida, apresentou-se ao mundo com Pu$$y. O videoclipe (em cima) consegue ser perturbador. Percebemos as t-shirts "Drugs not Hugs" e os - aqui - provocantes gelados de gelo, mas o que é que aquele miúdo está ali a fazer? "Será que ela é uma má ama ou será que ele representa um homem que ela dominou de tal maneira que o infantilizou?", questiona o "The New York Times". "My World", a mesma receita. Atenção à vírgula, "tweeta" Iggy: "White girl, team full of bad bitches". O primeiro álbum já tem nome ("The New Classic") e sai este ano. Para já, contamos com a mixtape "Ignorant Art", disponível para download gratuito. 

A indie, a "geek" e a promessa

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K.Flay, a MC indie DR

Começa a ser difícil sair à noite e não ouvir "Gucci Gucci, Louis Louis, Fendi Fendi, Prada / Basic bitches wear that shit so I don't even bother". Ainda para mais é um daqueles refrãos que têm o condão de ficar a marinar no subconsciente do mais comum dos mortais. Com este vídeo, Kreayshawn, de 21 anos, uma espécie de "geek" elegante, tornou-se um fenómeno da internet. Durante cerca de três minutos, rejeita o poder das marcas e da moda, defendendo um estilo próprio. Não deixa de ser irónico que antes desta aventura musical, Natassia Gail Zolo, o seu nome verdadeiro, realizava videoclipes (chegou a fazer alguns de Lil B). 

K. Flay - Less Than Zero

Num campo completamente diferente está K.Flay. É uma MC indie, licenciada em Stanford, que usa "samples" de The XX, Warpaint e Zoo Kid. Ao ouvir a "mixtape" I Stopped Caring in '96 percebe-se que ela realmente cresceu com, mais uma vez, Missy Elliott e Lauryn Hill, mas também Fiona Apple e Liz Phair, como confessa na apresentação do site. Apesar da base rítmica, não se desliga da melodia; não se assume como rapper, nem é, de todo, ostensiva. Canta quando quer, rima de vez em quando, às vezes quer festa ("Party in my pants, party in my Nikes/ Party with a Gemini, party with a Pisces"), outras escreve cartas de amor ("Messin' With My Head"). 

Tem cara de miúda (afinal nasceu em 1991), mas há que não nos deixarmos enganar. Em "212", Azealia Banks marca o seu espaço. Assume-se como a "jovem Rapunzel" e questiona: "What you gon' do when I appear?" A música entrou directamente para os tops 2011 da crítica internacional e deixou meio mundo ansioso pelo álbum de estreia. Dizem que pode vir a rivalizar com Missy Elliott... Será?