A música andou ao ritmo do mundo em 2011
Bandas e artistas a solo lançaram álbuns que acabaram por se tornar na banda sonora dos mais variados acontecimentos do ano
O ano que acabou há dias foi marcado por acontecimentos que mudaram o mundo. Ao mesmo tempo, bandas e artistas a solo lançaram álbuns que acabaram por se tornar, pelo menos para mim, a banda sonora dos mais variados eventos de 2011.
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O ano que acabou há dias foi marcado por acontecimentos que mudaram o mundo. Ao mesmo tempo, bandas e artistas a solo lançaram álbuns que acabaram por se tornar, pelo menos para mim, a banda sonora dos mais variados eventos de 2011.
No primeiro mês do ano, a Tunísia ouviu o povo gritar pela queda do regime e Ben Ali viria a ser o primeiro ditador a sucumbir à revolta árabe. A banda britânica de indie rock White Lies acompanhava o início desta primavera com o lançamento do fantástico álbum “Rituals”.
Em Fevereiro foi a vez de cair Hosni Mubarak, o ex-Presidente do Egipto. E enquanto na praça Tahrir se festejava o fim de um longo regime, James Blake lançava um inovador e viciante álbum com o seu nome. No mês seguinte, o Japão era devastado pelo sismo e tsunami que destruíram parte da central nuclear de Fukushima. Março ficou assim marcado pelo acidente nuclear mais grave desde Chernobyl, mas também pelo lançamento do álbum “What did you expect from The Vaccines?” dos londrinos The Vaccines.
Em Abril, o mundo assistia ao casamento de William e Kate, mas não foram só os sinos da Abadia de Westminster que tocaram no quarto mês do ano: Panda Bear, o músico experimental americano que fundou os Animal Collective , lançava o álbum “Tomboy”. No mês de Maio, a cantora canadiana Austra lançava o álbum “Feel It Break” e Obama parecia estar a ouvi-la: o Presidente norte-americano anunciou a morte de Bin Laden.
Em Nova Iorque, Dominique Strauss-Khan era detido por suspeita de abusos sexuais. Com a chegada do Verão, o novo Governo português tomava posse e a banda americana Bon Iver, de Justin Vernon, lançava mais um brilhante álbum. Em Julho despedimo-nos de Amy Winehouse, mas ficámos a conhecer o primeiro álbum dos Washed Out. “Within And Without” é uma boa banda sonora para fins de tarde.
Já durante o calor de Agosto assistimos às manifestações de jovens em Londres contra a polícia ao som de Beirut, a banda indie folk que lançava o seu terceiro álbum – “The Rip Tide”. Em Setembro, dois anúncios: o Governo português anunciava um gigantesco buraco de milhões de euros nas contas públicas da Madeira e os The Drums anunciavam o seu novo álbum “Portamento”, com músicas fabulosas como “I Need A Doctor”.
Outubro foi marcado pelo adeus de Steve Jobs e de Muammar Khadafi. As duas mortes contrastaram com o nascimento do fenómeno musical Lana Del Rey, a jovem americana que se descreve como “gangsta Nancy Sinatra” e que lançou o EP “Video Games”.
Em Novembro, demitiu-se Sílvio Berlusconi e o músico americano Bradford Cox, líder do projecto Atlas Sound, apresentou “Parallax”, um álbum a ouvir tranquilamente do princípio ao fim. O ano chegou ao fim com a triste partida de Cesária Évora e com a muito chorada morte de Kim Jong-Il, mas a dupla americana The Black Keys deixou-nos com o soul dos anos 60 no seu álbum “El Camino”. Todos os dias durante o ano partilhei no meu blogue as músicas que ouvi enquanto o mundo mudava. Foi o meu serviço público de 2011.