Intermarché reforça marcas próprias e pede a fornecedores para não aumentarem preços
Os supermercados Intermarché querem aumentar o peso das marcas próprias nas vendas da empresa de 20 para 30% nos próximos três anos. E para 50% a longo prazo. A crise e a alteração do comportamento dos consumidores levaram a cadeia de supermercados do grupo Os Mosqueteiros a reforçar os produtos com a insígnia da empresa de distribuição.
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Os supermercados Intermarché querem aumentar o peso das marcas próprias nas vendas da empresa de 20 para 30% nos próximos três anos. E para 50% a longo prazo. A crise e a alteração do comportamento dos consumidores levaram a cadeia de supermercados do grupo Os Mosqueteiros a reforçar os produtos com a insígnia da empresa de distribuição.
“As marcas próprias têm vindo a crescer, mas a ambição é aumentar para 30% o peso nas vendas nos próximos três anos, e para 50% a longo prazo”, disse ao PÚBLICO Anne Sainte-Marie, a presidente do conselho de administração do Intermarché. Além de uma campanha a incentivar a poupança (para promover alterações de hábitos de consumo), a empresa pôs “em evidência as marcas próprias”.
Com os portugueses a cortar nos gastos, incluindo na alimentação, os supermercados estão a alterar estratégias e a apostar cada vez mais em produtos de menor preço. As cadeias de distribuição têm alargado o leque de produtos com a sua marca, nomeadamente em categorias como a cosmética, brinquedos e roupa. O crescimento tem sido gradual nos últimos anos, mas com o acentuar da crise a Associação Portuguesa das Empresas da Distribuição (APED) já indica um peso nas vendas destes produtos na ordem dos 36%.
Para o Intermarché, que agrega um conjunto de empresários independentes (donos e responsáveis pela gestão de cada loja), a recessão tem dificultado o acesso ao financiamento bancário, muitas vezes necessário para a expansão da rede de supermercados. “Ainda temos pessoas interessadas mas sem financiamento não é fácil”, diz Anne Sainte-Marie. “É verdade que tivemos problemas de financiamento e o Grupo ajuda e acaba por servir de intermediário junto da banca quando necessário”, admite.
A meta traçada é abrir, em cinco anos, 50 lojas novas (dez por ano). A presidente do conselho de administração revela que em 2011 abriram cinco, metade do objectivo proposto.
Com os aumentos do IVA em várias categorias de produtos, o Intermaché já pediu aos fornecedores para não “mexerem na tabela [de preços]".
A cadeia de supermercados facturou 1,5 mil milhões de euros (2 mil milhões de euros com o negócio não alimentar) em 2011. Em Portugal o grupo Os Mosqueteiros tem três insígnias: Intermarché, Bricomarcché (decoração e materiais de construção) e Roady (reparação de automóveis).