Universidade do Minho cria fato sem fios para avaliar nadadores
Fato sem fios permitirá a avaliação dos diversos parâmetros biométricos e de desempenho dos nadadores de alta competição em tempo real
A Universidade do Minho está a criar um fato sem fios que permitirá aos nadadores de alta competição avaliar, em tempo real, os diversos parâmetros biométricos e de desempenho dos atletas. Segundo o coordenador do projecto, André Catarino, investigador do Centro de Ciência de Engenharia Têxtil da Universidade do Minho, o equipamento poderá posteriormente ser aplicado noutros desportos e áreas, desde a saúde ao lazer.
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A Universidade do Minho está a criar um fato sem fios que permitirá aos nadadores de alta competição avaliar, em tempo real, os diversos parâmetros biométricos e de desempenho dos atletas. Segundo o coordenador do projecto, André Catarino, investigador do Centro de Ciência de Engenharia Têxtil da Universidade do Minho, o equipamento poderá posteriormente ser aplicado noutros desportos e áreas, desde a saúde ao lazer.
O fato é composto por sensores electrónicos e têxteis integrados, sendo os dados enviados por um sistema sem fios para análise em tempo real. Os cerca de vinte sensores serão colocados em zonas estratégicas, para se analisar parâmetros biomecânicos, fisiológicos e de desempenho do nadador, como ritmo cardíaco, actividade muscular, acelerações dos membros, pressão palmar, temperatura timpânica, frequência respiratória e a posição do nadador.
“A medição de parâmetros na água era feita, de um modo geral, recorrendo a transmissão de dados baseada em fios, devido à quantidade de informação a transmitir. Por outro lado, a maior parte dos sensores é fixada através de fortes adesivos, envolvendo uma preparação morosa”, refere André Catarino. Por isso, a equipa que lidera decidiu pensar “em algo fácil de vestir, sem fios ligados ao exterior e que incomode o menos possível”, mantendo uma compressão no corpo semelhante aos fatos de competição.
Os dados do treino são transmitidos em tempo real à base central e simultaneamente guardados em memória para análise posterior. Deste modo, o treinador poderá complementar a sua observação com dados que permitirão aperfeiçoar o desempenho do atleta, assim como aperceber-se de sinais de fadiga extrema e de alerta. André Catarino sublinhou que, “no mundo, há pesquisas em várias vertentes, mas neste projecto procurou-se juntar tudo num único produto”.
O grupo de investigação tem em mãos possibilidades de desenvolvimentos, como melhoramentos na comunicação sem fios, aumento do número de sensores, desenvolvimento de novos sensores têxteis e aperfeiçoamento do fato de natação, com a inclusão de novos materiais.