Três jovens criam plantas medicinais in vitro (e foram premiados por isso)
Três jovens investigadores foram premiados com o projecto “InPhytro”. O objectivo é aliar a agricultura à ciência na produção in vitro de plantas medicinais e aromáticas
“É preciso acreditar e ter uma boa ideia.” É esta a fórmula apontada por João Fernandes, de 30 anos, para o sucesso de um jovem empreendedor. João é doutorado em Biotecnologia e, em conjunto com David Pereira, de 25 anos, e Henrique Nascimento, de 27, ambos da área das ciências farmacêuticas, desenvolveu o projecto “InPhytro”. O objectivo é aliar a agricultura à ciência na produção in vitro de plantas medicinais e aromáticas.
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“É preciso acreditar e ter uma boa ideia.” É esta a fórmula apontada por João Fernandes, de 30 anos, para o sucesso de um jovem empreendedor. João é doutorado em Biotecnologia e, em conjunto com David Pereira, de 25 anos, e Henrique Nascimento, de 27, ambos da área das ciências farmacêuticas, desenvolveu o projecto “InPhytro”. O objectivo é aliar a agricultura à ciência na produção in vitro de plantas medicinais e aromáticas.
Num projecto como este, iniciado numa época de crise, a falta de financiamento é a primeira grande barreira a ultrapassar. Mas estes investigadores não baixaram os braços e aconselham quem tem ideias inovadoras a seguir o mesmo caminho. “É nos momentos mais difíceis que este tipo de soluções são mais necessárias”, salienta David.
Começar em Portugal não é uma missão impossível, “tendo em conta que todas as semanas há um concurso de empreendedorismo”, garante João Fernandes. “Este é o momento certo para os jovens empreendedores apresentarem os seus projectos”, reforça.
Projecto premiado duas vezes
Foi através deste tipo de apoios que o “Inphytro” ganhou forma, sendo premiado por duas vezes: primeiro pelo público, no iUP25k, da Universidade do Porto; depois no maior concurso de empreendedorismo nacional - "Realize o seu Sonho", da Associação Acredita Portugal.
A produção in vitro de plantas não é novidade. Contudo, David Pereira explica ao P3 o que torna esta ideia inovadora: o recurso à biotecnologia na produção, ou seja, ao conhecimento da composição química e da forma de actuação da planta. O objectivo é apurar as características medicinais da planta, que, na maior parte dos casos, resultam de uma defesa perante agentes externos.
Qual a vantagem de criar plantas in vitro?
Primeiro, as plantas crescem em laboratório e são identificados estes estímulos. De seguida, controlam-se estas condições. “O resultado são plantas com um teor de moléculas bioactivas (com interesse para a saúde) 100, 200, ou 300% superior ao que encontramos nos modelos tradicionais de agricultura”, clarifica David. Assim, para produzir a mesma quantidade de um dado medicamento, por exemplo, será necessária muito menos matéria-prima.
O projecto “InPhytro” está neste momento em fase de implementação. A iniciativa foi recentemente integrada na UPTEC, Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, estando a ser desenvolvida nas suas instalações. David, João e Henrique planeiam agora usar parte do prémio “Realize o seu Sonho" para rechear um laboratório próprio e começar brevemente a produzir.